O projeto recebeu fomento do Governo do Estado, via Fapeam

FOTOS: Acervo da doutora Klenicy Yamaguchi, coordenadora do projeto

Símbolo da Amazônia e conhecido em todo o mundo, o açaí foi analisado por estudo científico que possibilitou a identificação e diferenciação de duas espécies desse fruto. Com isso, a pesquisa abriu caminho para auxiliar produtores e comerciantes a distinguirem as características de cada espécie, a fim de garantir a escolha e a qualidade do alimento produzido. O projeto recebeu fomento do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

A pesquisa, realizada em municípios do Médio Solimões, também elaborou uma cartilha com informações sobre a correta forma de realizar a colheita, manejo, produção, venda e consumo do açaí, visando, inclusive, minimizar os riscos de contaminação do produto por quaisquer microrganismos.

Conforme destacou a coordenadora do estudo e doutora em química Klenicy Yamaguchi, do campus de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a pesquisa buscou contribuir com a padronização e beneficiamento dos açaís no Médio Solimões e melhoria da qualidade do produto comercializado. 

“O esclarecimento sobre as diferenças dos açaís contribuiu com novas perspectivas para a comercialização do fruto, com medidas de segurança para evitar contaminações”, informou.

Com isso, as informações disponibilizadas pelo projeto também podem ser usadas para auxiliar medidas de saúde pública, já que doenças reportadas como sendo associadas ao consumo de açaí acontecem devido à falta de cuidado e higiene, durante a manipulação do fruto.

Espécies analisadas

A pesquisa realizou a descrição química e biológica das espécies Euterpe precatoria e Euterpe oleraceae, conhecidas popularmente como “açaí do Amazonas” e “açaí do Pará”, segundo a pesquisadora.

Por meio dos resultados alcançados no estudo, verificou-se que as amostras do açaí comercializado nos municípios apresentaram substâncias bioativas e sem contaminação por microorganismos.

Na colheita podem-se diferenciar as espécies por meio das características botânicas da árvore.

De acordo com a pesquisadora, o projeto promoveu o incentivo à produção e consumo do alimento, fortalecendo o setor primário, ao esclarecer e disponibilizar informações sobre as características desse fruto. 

Equipe de estudo

Ao todo, 16 pesquisadores de diferentes áreas e instituições de ensino e pesquisa participaram do estudo, denominado “Avaliação das diferentes espécies de açaí comercializadas na região do Médio Solimões”. 

Entre as instituições representadas estão colaboradores vinculados à Ufam, à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ao Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e ao Instituto Militar do Exército (IME). 

A pesquisa, concluída em 2020, recebeu investimento da Fapeam, via Programa Universal Amazonas. 

O programa fomenta projetos de pesquisa científica, tecnológica, de inovação, ou de transferência tecnológica, vinculados a instituições ou centros de pesquisa e/ou ensino superior.