Entre os relatos, a mensagem principal é a de que a educação é realizada em coletivo e transforma vidas
Em alusão ao Dia Nacional dos Profissionais da Educação, comemorado no próximo domingo (06/08), a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar destaca profissionais que mudam vidas por meio das atuações no ambiente escolar. Instituída pela Lei nº 13.054, a data celebra o trabalho qualificado dos profissionais que lidam com a educação no espaço escolar e com a formação das novas gerações.
Entre pedagogos, professores, auxiliares de serviços gerais, merendeiros, gestores, agentes de portaria e administrativos, o quadro da Secretaria de Educação é extenso, ao todo são mais de 30 mil servidores e que possuem histórias inspiradoras. São esses profissionais que estão no dia a dia dos alunos da rede estadual de ensino, contribuindo com o futuro do Amazonas e do Brasil.
Este é o caso da dona Maria da Conceição, que há 37 anos trabalha como auxiliar de serviços gerais em escolas da rede estadual. Desde 2010, Maria faz parte do quadro de profissionais do Colégio Amazonense Dom Pedro II, no Centro de Manaus, e diz que sempre tratou os alunos como integrantes da família.
“Já posso me aposentar, mas não penso nisso. Durante todos esses anos, digo que já formei vários e vários alunos. Eu prefiro estar aqui, ao lado deles. Me sinto como se fosse a mãe de todos eles, como se eles fossem meus filhos, meus netos. Me sinto muito querida e realizada aqui na escola”, contou Maria.
Assim como a limpeza e organização das escolas, a cozinha também faz parte de um momento importante na rotina escolar das mais de 600 unidades de ensino da rede estadual. E é nesse ambiente que trabalha Bruno Leitão, merendeiro na rede desde 2017, formado em Gastronomia e Química e pós-graduado em Vigilância Sanitária e Qualidade dos Alimentos, pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
O profissional conta que sempre buscou se envolver de forma ativa na comunidade escolar e, em 2019, conseguiu aprovação de um projeto, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), voltado à qualidade da merenda escolar. Bruno também leciona, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem (Senac), o curso de Auxiliar de Cozinha dentro da Escola Estadual (EE) Deputado Josué Cláudio de Souza, unidade em que trabalha.
“O profissional que trabalha no preparo da merenda escolar passa seu conhecimento e amor pela educação por meio do sabor. Para a nossa profissão, não existe sensação melhor do que ouvir o retorno deles após o lanche: ‘Tio, tio, a merenda hoje foi top!’. Sempre penso neles como o futuro da nossa geração, então me esforço ao máximo”, compartilhou Bruno.
Aprender para Ensinar
Entre aqueles que estão dentro das salas de aula e na gestão das escolas, seguem o lema de que para ensinar, primeiro é preciso aprender. E é assim que o professor Geovani Dantas trabalha na EE Antônio da Encarnação Filho, na zona oeste da capital. Geovani é docente da Educação Especial e, há mais de 20 anos, trabalha com ensino e aprendizagem.
“A Educação Especial foi vista, durante muito tempo, com desdém, como algo para minoria. Hoje, ela é vista como uma necessidade e uma parceira para todos. Incluir é amar e também é nossa obrigação. Tenho o sentimento de dever cumprido toda vez que um aluno passa pelo meu caminho e que consigo contribuir, com um ensinamento, um afago, um conselho. A educação é transformadora”, destacou o docente.
Além daqueles que gerem as salas de aula, também existem os profissionais que gerem toda a escola. Cargo máximo em uma unidade de ensino, o gestor escolar é o responsável por coordenar a equipe escolar e juntos garantirem o bom andamento da escola. E é com essa rotina que a gestora Graciene Ferreira lida há 30 anos, na EE Herberth Palhano, no bairro Nossa Senhoras das Graças, zona centro-sul de Manaus.
“A história da minha vida pode ser contada dentro de uma escola, no papel de gestora e, mesmo assim, com tanta experiência, não poderia realizar meu papel sem o apoio da minha equipe. Por isso que, nessa data, quero parabenizar a todos os profissionais da educação. Ensinar é uma função coletiva”.
Equipe
As histórias de inspiração também podem ser encontradas em outras funções do espaço escolar. Como articulador das ações pedagógicas e interpessoais dentro de uma unidade de ensino, o pedagogo tem a função de facilitar a vida do estudante. Essa é a definição da profissão, de acordo com a pedagoga Márcia Dolzano, que atua na Escola Estadual de Tempo Integral Bilíngue (EETI) Professor Djalma da Cunha Batista há 22 anos.
A escola também é um espaço de organização, trâmites e procedimentos burocráticos. E é trabalho dos profissionais do administrativo lidar com todo tipo de documentação escolar, como registros e arquivos de alunos, matrículas, transferências, programas sociais, indicadores de desempenho, certificados. Há 12 anos nessa função, a secretária e gerente administrativa do EETI Marcantonio Vilaça II, Rozangela Cabral, é um exemplo de profissional na área.
E completando o quadro de profissionais que atuam dia a dia no espaço escolar, estão os agentes de portaria (AGP). “Comunicação, zelo e cuidado com os alunos, profissionais e visitantes. Esse é o nosso trabalho”, ressaltou o AGP Ricardo Rodrigues, que trabalha há oito anos na função e hoje está lotado na EE Professora Karla Patrícia Barros de Azevedo, no Tarumã, zona oeste da capital.