Ao todo, 16 municípios que decretaram situação de alerta e emergência e possuem o Programa Prato Cheio serão beneficiados com a isenção

FOTOS: Arthur Castro/Secom 

Passa a valer a partir desta semana a isenção do valor de R$ 1 do programa Prato Cheio. A medida faz parte do pacote de ações anunciadas pelo Governo do Amazonas para minimizar os efeitos da seca. Ao todo, 16 municípios que decretaram situação de alerta e emergência e possuem o Programa Prato Cheio receberão a isenção do valor, beneficiando mais de 200 mil pessoas.  

A isenção passa a valer nos municípios de Manacapuru, Autazes, Itacoatiara, Tefé, Parintins, Barreirinha, Humaitá, Manicoré, Carauari, Boca do Acre, Novo Airão, Tapauá, Nhamundá, Pauini, Eirunepé e Iranduba.  

A secretária titular da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), Kely Patrícia, reforçou a importância da isenção para a população amazonense. “Considerando que a Seas tem duas modalidades do Programa Prato Cheio, que é o Restaurante e a Cozinha Popular, que tem a sopa, nós vamos chegar a mais de 200 mil pessoas com alimentação gratuita neste período de estiagem”, destacou a titular da Seas.  

O governador Wilson Lima decretou, na última sexta-feira (28/09), situação de emergência no Amazonas em virtude da seca severa que atinge o estado e anunciou outras medidas para reforçar as ações do governo, que já estão em andamento, por meio da Operação Estiagem 2023. O decreto é válido por 180 dias e abrange 55 municípios.  

Com o avanço da seca em todo o Amazonas, o transporte de cargas é afetado. 90% das 136 embarcações que atuam nas 116 linhas no estado operam com algum tipo de restrição, implicando no transporte de 50% da capacidade de cargas e apenas 45% do total de passageiros. Dos 62 municípios, 59 dependem do transporte hidroviário. 

Em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), o transporte de cargas ainda consegue chegar por meio da rodovia AM-070. No entanto, muitas pessoas chegam por meio de transporte hidroviário até o município, vindas de comunidades próximas. Para o supervisor da unidade do Prato Cheio de Manacapuru, Müller Pereira, são essas pessoas que demandam mais atenção.  

“Essa é a importância de um programa como esse. Muitas vezes, as pessoas deixam de se alimentar em sua comunidade por causa da dificuldade que a estiagem causa, mas quando chegam aqui no município também não tem recurso financeiro. A decisão do governador Wilson Lima foi muito importante”, destacou o supervisor da unidade Prato Cheio de Manacapuru.  

A aposentada Maria de Lourdes, de 73 anos, foi uma das primeiras a comparecer ao Prato Cheio do município na manhã desta terça-feira (03/10). Ela comemorou a isenção do valor de R$ 1.  

“Achei maravilhoso, porque tem muitas pessoas que não têm esse valor para pagar. Graças a Deus que o governador está fazendo essa ação pela gente”, falou a moradora de Manacapuru.  

Francisco José, de 49 anos, ressaltou a importância do Governo do Estado priorizar os municípios que mais estão sofrendo com a estiagem. Para ele, a isenção do valor do Prato Cheio veio em boa hora.  

“Isso é muito bom, porque tem dias que não temos esse valor de R$ 1. Muitas pessoas precisam comer, porque a fome é uma coisa séria. Aqui tem muitas pessoas na rua, necessitando de um alimento”, ressaltou o beneficiado.  

Cenário atual da estiagem 

Segundo levantamento da Defesa Civil do Amazonas, divulgado nesta terça-feira (03/10), 24 municípios das calhas do Alto Solimões, Baixo Solimões, Juruá, Médio Solimões, Purus, Negro, Baixo Amazonas e Madeira estão em situação de emergência, afetando 174,7 mil pessoas; outras 34 cidades estão em alerta; e duas em atenção. A previsão é que, devido a influência do fenômeno El Niño, a estiagem afete mais de 50 municípios e 500 mil pessoas. 

FOTOS: Arthur Castro/Secom