Com o objetivo de dar respostas imediatas às populações que serão afetadas e as que já estão isoladas pela cheia dos rios neste ano, o Governo do Amazonas já antecipou o planejamento de ajuda humanitária para 19 municípios. A quantidade, definida com base no histórico do fenômeno natural nos últimos dez anos, pode ser maior, conforme a evolução da subida do nível do leito dos rios.
A informação foi repassada pelo Secretário Executivo da Defesa Civil do Estado, Coronel Francisco Ferreira Máximo, aos deputados estaduais nesta quinta-feira (04/03), em sessão de tempo proposta pelo deputado Sinésio Campos. Na exposição, realizada no plenário da Assembleia Legislativa (ALE-AM), o Coronel Máximo destacou ainda os municípios que já estão sendo atendidos, nas calhas dos rios Purus e Juruá.
“Esse tipo de convocação é sempre muito bem-vinda, porque é uma forma, também, que nós temos de divulgar as ações que o Governo do Estado vem desenvolvendo através da Defesa Civil. É uma maneira também de prestar contas com a sociedade e fazer com que o parlamento entenda as ações e as dificuldades, para que possam ajudar o sistema de Defesa Civil”, destacou o Coronel.
Segundo ele, os 19 municípios com maior potencial de serem afetados na cheia de 2021, envolvem aproximadamente 130 mil pessoas, o equivalente a 23 mil famílias.
Para Boca do Acre, onde o governador esteve recentemente acompanhando o trabalho da Defesa Civil estadual, foram levados caminhões-pipa; 2 mil cestas básicas, correspondentes a 34 toneladas de alimentos; 1 mil galões de água mineral; 500 botijões de gás de cozinha, de 8 quilos cada.
Segundo o Secretário Executivo, no dia de hoje, a Defesa Civil está instalando estações móveis de tratamento de água em Boca do Acre e em Envira. São seis estações do tipo, três em cada um dos municípios citados pelo Coronel Máximo. Uma estação, explica ele, tem capacidade para produzir entre 70 mil e 90 mil metros cúbicos de água potável por dia.
“Estamos conseguindo dar a primeira resposta, estamos com vários técnicos nesse momento nas calhas, dando as assessorias necessárias e contribuindo com a assistência”, reforçou o coronel.
Legado
Nos dois anos anteriores, o Governo instalou 273 purificadores de água nos municípios afetados pelas cheias. O investimento foi um avanço em relação à atuação da Defesa Civil de épocas anteriores. Isso porque os purificadores ficam nas localidades, geralmente em zonas rurais, e se tornam legado que garante água potável durante todo o ano. Na atual cheia, essas comunidades já não sofrerão com falta de água própria para consumo.
Com o fenômeno Lá Niña, que ocorre nas águas do Oceano Pacífico e potencializa o período de chuvas na região amazônica, a Defesa Civil prevê chuvas ainda muito intensas neste mês de março. Para o segundo trimestre, explicou o Coronel Máximo aos deputados estaduais, as chuvas deverão continuar fortes, mas em uma intensidade menor.
Proposta
Ao final da sessão de tempo, o Secretário Executivo da Defesa Civil do Estado propôs aos deputados a criação do Fundo de Proteção e Defesa Civil, pelo estado e prefeituras. Segundo ele, o mecanismo permitiria ações mais céleres, inclusive de prevenção a qualquer tipo de desastre natural. Os convênios, explica, são as formas mais rápidas de ajudar os municípios, mas nem sempre as prefeituras estão aptas legalmente.
“Essa é uma proposta, que logicamente precisa de um entendimento entre o Executivo e o parlamento’’, acrescentou, referindo-se à necessidade de definir, por exemplo, a fonte de recursos necessária para alimentar o Fundo.