A doença é de origem genética em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida

FOTO: Evandro Seixas/SES-AM

Fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, elevada ingestão de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física são os maiores fatores de risco para levar ao quadro de hipertensão arterial. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) chama a atenção para o tema, por ocasião o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial (26/04). De acordo com o Ministério da Saúde, esse grave problema registra 388 óbitos por dia no Brasil e as chances de ocorrer aumentam com a idade.

A secretária estadual de Saúde, Nayara Maksoud, alerta para o fato de que, nas últimas décadas, vem aumentando o número de pessoas diagnosticadas com pressão arterial, no Brasil, e o Amazonas segue a mesma tendência.

Em 2006, o problema atingia 21,7% da população brasileira e, em 2023, passou para 23,7%. A mortalidade é estimada em 18,7 a cada 100 mil habitantes, no país. No Amazonas, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte, seguida de problemas cardíacos, ambos associados à hipertensão arterial.

“A pressão arterial normal é a aquela que atinge o valor máximo-mínimo de presença de mercúrio de 120/80 mmHg, ou seja, 12/8. Qualquer valor acima, pode ser considerado como uma pré-hipertensão ou mesmo hipertensão arterial”, explica Tatiana Lima Aguiar, médica especialista em Cardiologia e Clínica Médica, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Getúlio Vargas, unidade que integra a rede de atendimento da SES-AM.

FOTO: Evandro Seixas/SES-AM

“Em geral, para ser diagnosticado com pressão alta são necessárias duas medições acima de 12/8, em condições de relaxamento, sem ter fumado ou praticado atividade física, com a bexiga seca e sem estresse”, ressalta a médica. “Se a pessoa tem familiares hipertensos, as chances são maiores”, reafirma Tatiana Aguiar.

A pressão alta pressiona o coração a exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. Tem como possíveis consequências a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

Em apenas 10% dos casos, outras condições de saúde podem levar à hipertensão. O maior problema, no entanto, é que a hipertensão arterial costuma ser uma condição assintomática. “Mas, quando a pressão aumenta muito e a hipertensão se torna mais grave (18/12), os sintomas começam a aparecer”, destaca.

Os sintomas podem ser cefaleia (dor de cabeça), mal-estar e, eventualmente, dor no peito. As complicações da hipertensão evoluem para AVC, infarto, doenças renais, doença arterial periférica ou retinoplastia hipertensiva.

Por isso, mesmo que a pessoa não sinta nada ou não tenha casos da doença na família, deve fazer periodicamente a medição da pressão arterial. “Para os que forem diagnosticados, é importante manter o tratamento sem interrupção. Muitas vezes a pessoa deixa de tomar a medicação porque está com a pressão controlada, mas só está controlada porque está recebendo tratamento”, adverte Tatiana Aguiar.

“Sem o tratamento adequado a hipertensão pode evoluir, tornar-se mais complexa, deixar outros órgãos vulneráveis e até ameaçar a vida da pessoa”, observa.