O espetáculo apostou no elenco amazonense e na competência dos corpos artísticos do estado

Foto: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

O musical de Natal, Pedro e Paula, encerrou a temporada, nesta segunda-feira (23/12), no Teatro Amazonas, onde esteve em cartaz por um período de 16 dias, sendo visto por mais de 8,6 mil pessoas. A atração de título inédito fez parte da programação do ‘O Mundo Encantado do Natal’, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Dirigido por Tércio Silva, o espetáculo narra a histórias de duas crianças, que se conhecem no Natal e embarcam em uma viagem, fazendo uso da imaginação. O termo desanuviar é a mola mestra do musical, propondo uma libertação dos pensamentos e o desapego das crianças pelas telas do celular. “Tentamos refletir a criança contemporânea, brincar com o lugar do imaginário, onde também reflete a criança ligada à tecnologia. Mesclamos tudo isso para trazer a essência do Natal e o seu verdadeiro significado”, afirmou o diretor.

Em tempos natalinos, quando títulos conhecidos mundialmente ocupam as principais casas de espetáculo, o diretor apontou o ineditismo do musical como um desafio. “O mais bonito foi a gente ter marcado o público, as crianças encantadas e um feedback muito positivo do público. Foi um desafio com uma entrega bonita e gratificante”, disse.

O espetáculo, teve como diretor musical, o maestro Marcelo de Jesus e composições de autoria de Tim Rescala. No palco, artistas selecionados nas audições, estrelaram ao lado de outros mais experientes, como a amazonense Rosa Malagueta e o consagrado elenco dos corpos artísticos do estado, entre os quais, Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas, Balé Folclórico e Liceu de Arte e Ofício Claudio Santoro.

Luzes, movimento e versatilidade

O desafio de um título inédito, não se restringiu ao diretor, mas sim ao elenco, que se empenhou na troca de experiências para somar no palco, em mais de uma hora de espetáculo.

“Para o Balé Folclórico foi uma experiência nova, principalmente porque nós tivemos um novo coreógrafo, que é o Mário Nascimento, então a movimentação do Mário trouxe uma construção mais contemporânea para um musical essencialmente brasileiro, como foi Pedro e Paula”, destacou Monique Andrade, diretora do Balé Folclórico do Amazonas.

Para desanuviar, o cenário e figurino assinados por Giorgia Massetani, somaram à iluminação conduzida por Tabbatha Melo. “Não usamos projeção, e sim, iluminação cênica. É o resultado de um trabalho em conjunto, o desenhar com as luzes, o cenário de nuvens, e assim, conseguimos transportar nuvens para o Teatro Amazonas”, revelou a profissional.

O musical Pedro e Paula reuniu centenas de profissionais, entre artistas, que se dividiram em dois elencos principais, para cumprir a temporada de 20 récitas, além de técnicos e produtores.

No espetáculo de encerramento, Duda Amaral e Artur Cardoso, foram os protagonistas e, com a emoção contida antes de entrar em cena, revelaram as transformações, ao final da temporada. “Eu sou da música, participei do coral do Liceu Claudio Santoro e, no espetáculo aprendi a atuar. Foi muito desafiador”, lembra Duda, de 16 anos.

Para Artur, que também vem do Coral do Liceu, aos 13 anos, ele reconhece a importância de ser um artista versátil. “Aprendi muito sobre o teatro, a entrar nos personagens não de forma genérica, mas sim entendendo mais a proposta”, revelou o jovem talento.

O público lotou o Teatro Amazonas e não poupou aplausos ao espetáculo. Emocionada, Carmem Lúcia Libório, acompanhada pelo filho João Paulo, de 7 anos, falou sobre a experiência que, segundo ela, foi um presente de Natal antecipado. “Tentamos o agendamento outras vezes, mas só conseguimos vaga para esta sessão e valeu muito a pena. O musical é grandioso, a gente sai encantada com tudo, sentindo orgulho dos nossos artistas, da competência, talento e, é claro, do nosso Teatro Amazonas”, revelou a administradora.