As apresentações do curso de Teatro da Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (Esat/UEA), “ÜPHÜ – Corpo”, “Quarto Azul” e “E Nós Que Amávamos Tanto a Revolução”, foram selecionadas para participar da Mostra de Espetáculos do Festival de Teatro Universitário (Festu), que acontece de 6 a 29 de novembro, com transmissão pelo link: https://www.festu.com.br/mostra-de-espetaculos.

Oriunda de experiência nos rituais da etnia Tukano, em parceria com os indígenas Bu’ú kennedy e Chris Txanã Bake, a performance ÜPHÜ – Corpo nasceu no projeto de pesquisa e extensão Tabihuni, coordenado pelo professor do curso de Teatro da Esat, Luiz Davi Vieira. ÜPHÜ teve como proposta trabalhar com os povos indígenas de forma simétrica, chamada de Metodologia Kõkãmou, e valorizou a cultura forte presente no Amazonas.

“Para a gente é gratificante porque estamos trabalhando com a cultura local de forma verdadeira, por isso os indígenas estão em cena e dirigindo a peça. A importância de representar o estado num evento de tal relevância nacional se dá pelo curso de teatro demonstrar resultado acadêmico, fomentar a verdadeira cultura do estado e a cultura no sentido da produção teatral. Essa é a UEA levando a produção teatral de Manaus ao cenário nacional”, disse o professor Luiz Davi.

Do Grupo Jurubebas de Teatro, coordenado pelo aluno do curso de Teatro da UEA, Felipe Maya Jatobá, foram selecionados os espetáculos “E Nós Que Amávamos Tanto A Revolução” e “Quarto Azul”. O primeiro conta a história de dois irmãos que, após o falecimento da avó, procuram fotografias na antiga casa da fazenda, mas acabam descobrindo o passado da família e sua relação direta com a ditadura militar brasileira. Já o segundo retrata um casal no começo da relação e apresenta problematizações a respeito da modernidade líquida.

O Grupo Jurubebas de Teatro é formado por alunos da UEA, onde desenvolvem nos processos criativos conceitos e técnicas compartilhadas nas disciplinas do curso de Teatro. Apesar de ainda não integrar um projeto de pesquisa e extensão, o grupo todo desenvolve de forma interdisciplinar as atividades e espetáculos a partir das composições acadêmicas.

“É uma grande responsabilidade representar o Amazonas e, em especial, a UEA. São anos desenvolvendo pesquisas que dialogam nossas inquietações acadêmicas com o público de Manaus. Apresentar as performances num evento nacional revela a importância de integrar o panorama do teatro brasileiro, onde a UEA tem um fator fundamental, já que a partir dela novos horizontes de linguagens foram apresentados e, em eventos como o FESTU, ressaltam essa contribuição artística e social da academia”, celebrou Felipe Maya.

O aluno enfatiza que o curso de Teatro movimenta a cena teatral manauara por gerir projetos locais, circulações nacionais em festivais e mostras e proporcionar uma profissionalização dos alunos de arte na capital do Amazonas. “Atualmente, vivemos um período onde a arte enfrenta grandes dificuldades em ser reconhecida como escolha profissional. A universidade nos propõe esse exercício contínuo de levar para a comunidade tais referências conceituais, históricas e artísticas como forma de enxergar um mundo melhor e de possibilidades”, finalizou.