De janeiro até setembro deste ano, 658 animais foram identificados em situação de maus-tratos e encaminhados para centros de proteção ambiental na capital – FOTOS: Divulgação/SSP-AM

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) bateu recorde nas ações de captura e resgate de animais silvestres. De janeiro até setembro deste ano, 658 animais foram identificados em situação de maus-tratos e encaminhados para centros de proteção ambiental na capital. Répteis como cobras, jacarés e quelônios estão entre os mais resgatados no ano.

O trabalho é realizado pelo Batalhão Ambiental da PMAM. Ao longo de todo o ano passado, 676 animais silvestres foram resgatados. Neste ano, entre janeiro e setembro, as ações nesse segmento acumulam alta de 95%, com 109 mamíferos, 207 aves, 113 répteis e 229 quelônios resgatados.

O estado de saúde do animal é o que determina para onde ele será encaminhado. Quando estão bem, eles são devolvidos à natureza. Já quando há algum ferimento, o bichinho é entregue aos cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O trabalho é realizado pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Estado do Amazonas

De acordo com o major Wallasson Lira, comandante do Batalhão Ambiental, a avaliação verifica se há sinais de maus-tratos, doenças ou parasitas. Depois disso, é analisada a condição de reinserção do animal na natureza, o que é feito em parceria com o Ibama.

“Atuamos principalmente na fiscalização e combate aos crimes ambientais, não somente na calha dos rios, como nas rodovias, em ações integradas com outros órgãos. Nos últimos 90 dias, o batalhão vem trabalhando na operação ‘Hórus’, e o prejuízo para o crime ambiental foi de mais de R$ 20 milhões”, afirmou.

Em uma das ações do batalhão ambiental, foram apreendidas cerca de 12 mil peixes ornamentais da espécie Corydora, após patrulhamento na Balsa Verde da Manaus Moderna.  Os envolvidos foram detidos e conduzidos para a Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil do Amazonas. Os peixes foram encaminhados para o Cetas.

“Geralmente o infrator já passou pela polícia e tem contatos no exterior. Alguns chegam a usar os ribeirinhos para a caça, tanto peixe como outros animais são levados para o mercado internacional”, explicou.

Quando estão bem, os animais são devolvidos à natureza, mas, se tiverem algum ferimento, serão levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres

Situações de resgate – O Batalhão pode ser acionado pela população nos casos em que animais silvestres são encontrados em residências ou em vias públicas e, ainda, nas situações de entrega espontânea.

Conforme o artigo 29 do Código Ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, pode resultar em detenção de seis meses a um ano e multa.

Para denúncias ou pedidos de resgate, a população pode entrar em contato pelo telefone do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, que atende no (92) 98842-1553 ou 98842-1547. As denúncias também podem ser feitas ao 181, o disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM).

Foi por meio de denúncias que ocorreram 64% das ações de captura. Outros cerca de 30% se deram por entregas voluntárias.