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O Amazonas teve a segunda maior alta no setor de serviços no mês de junho entre os estados brasileiros. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (13/08), mostra que o setor avançou 8,3% em junho, na comparação com o mês de maio, bem acima da média nacional, de 5%. O IBGE também constatou altas nos setores da indústria e do comércio em junho no Amazonas, que igualmente foram destaques no país.

Na avaliação do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga, o Amazonas está recompondo os estoques de toda a cadeia produtiva, que haviam se esgotado durante o período de paralisação, o que vem permitindo a recuperação da produção e das vendas.

“No caso do Comércio e Serviços, com a abertura da economia e a diminuição das restrições à circulação de pessoas, a demanda reprimida acabou puxando as compras. O funcionamento, ainda que com restrições, das várias atividades, como restaurantes e academias, por exemplo, fez com que as pessoas circulassem mais e comprassem mais”, aponta.

O desempenho do Amazonas no setor de serviços só ficou atrás do registrado pelo Amapá, com alta de 8,8%. De acordo com o IBGE, entre os 166 serviços investigados pela pesquisa, o segmento de restaurantes foi um dos que mais influenciaram no índice. Ainda conforme o IBGE, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, disse que a reabertura do segmento impactou no volume de serviços em junho.

Indústria – Em relação ao setor industrial, o Amazonas foi o único estado brasileiro a registrar alta no patamar anterior à pandemia do novo coronavírus, liderando os indicadores do setor em todo o país, onde a média de crescimento foi de 8,9%, de acordo com números do IBGE.

O aumento da produção industrial no Amazonas foi de 65,7% em junho de 2020, em relação a maio, e foi puxado principalmente pela produção de motocicletas e bebidas.

“Um fenômeno interessante é que, com a redução das viagens e férias longe de casa, o orçamento disponível foi redirecionado para melhorias no lar e, em muitos casos, renovação da frota de automóveis. A construção civil tem tido uma participação muito importante, tanto em vendas de unidades novas como na reforma de imóveis”, assinala Jório Veiga.

Comércio – O volume de vendas no comércio do Amazonas também cresceu na comparação entre junho e maio, segundo o IBGE. A alta foi de 35,5%, no estado, cujo desempenho só ficou abaixo do registrado no Pará, de 39,1%. O resultado também ficou bem acima da média nacional de junho, que foi de 8%.

Exportações – Indicadores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) também mostram sinais de recuperação da economia, com o crescimento das exportações do Amazonas.

No balanço geral, as exportações aumentaram do Amazonas 30,21% na comparação com maio deste ano, e 17,70% na comparação com o mesmo mês no ano passado. A Venezuela, adquirindo óleo de soja, e os Estados Unidos, comprando ouro em forma bruta, responderam por 43% das exportações do Amazonas em junho deste ano, de acordo com dados apurados pela Sedecti.

Segundo Jório Veiga, as exportações retomam seu curso também como consequência da abertura dos demais mercados, que haviam se retraído muito durante os primeiros meses da pandemia, inclusive com restrições de tráfego. “A exportação de óleo de soja para a Venezuela e ouro em forma bruta, de alto valor, para os EUA foram muito importantes, bem como um bom volume de concentrados para refrigerantes”, destaca o titular da Sedecti.

Importações – As importações do Amazonas registraram valores na ordem de US$ 618,73 milhões, o que equivale a 5,92% das importações totais do Brasil. Os principais produtos importados foram insumos para o polo eletroeletrônico e de informática. Os dois principais países (China e Vietnã) responderam por cerca de 54,01% do valor das importações realizadas pelo estado.

A retomada das exportações nos países de origem e as necessidades locais para recomposição dos estoques e atendimento dos pedidos, de acordo com Jório Veiga, contribuíram para a elevação das importações no estado.

“Aos poucos vamos retornando a níveis mais próximos da normalidade. Entretanto, com os meses mais baixos durante a pandemia ainda observamos com cuidado o desempenho anual, para que possamos ter as menores perdas possíveis”, conclui.