O Governo do Estado, por meio do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS) iniciou, nesta quarta-feira (14/04), os atendimentos a proponentes do programa Crédito Solidário, executado em parceria com a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam). A primeira ação deste ano acontece no Centro Estadual de Convivência da Família (CECF) Teonízia Lobo, bairro Amazonino Mendes, zona norte de Manaus. Ao todo, serão disponibilizados R$ 400 mil em recursos.
Em razão da pandemia, com o objetivo de evitar aglomerações e possibilitar um melhor atendimento aos proponentes, os trabalhos serão realizados em três dias, de hoje até a próxima sexta-feira (16/04).
“O primeiro dia é para receber apenas a documentação, para fazer a pesquisa cadastral. Esse proponente é liberado, e a gente entra em contato com ele por telefone para informar se ele passou ou não nessa primeira fase. Ele passando nessa primeira fase, retorna com o horário marcado, já trazendo toda a documentação necessária para dar continuidade ao processo. Em seguida entra a parte da visita técnica, que também é agendada, para evitar qualquer problema. Ali a gente segue um processo normal, até ele conseguir ser deferido e receber o recurso”, detalhou Ana Carvalho, coordenadora do Crédito Solidário.
O atendimento ocorre sempre das 8h30 ao meio-dia e das 13h às 16h30. O local fica na rua da Penetração III, quadra 60, s/nº, bairro Amazonino Mendes. A estimativa é de alcançar 200 proponentes, e o valor disponível para cada aprovado vai de R$ 500 a R$ 2 mil.
Mudança de vida
O Crédito Solidário disponibiliza o acesso ao crédito desburocratizado, com cunho social, voltado a pessoas sem vínculos empregatícios desempregadas ou subempregadas possibilitando a inserção do cidadão no mercado de trabalho, visando o autossustento por meio de sua geração de renda, na atividade declarada no atendimento.
Para a manicure Raquel Teixeira, a aprovação no programa vai significar uma mudança de vida.
“Eu vou poder ajudar minha mãe, porque só ela está trabalhando nessa pandemia, a gente fica meio apreensiva com isso. Eu quero poder chegar em um ponto de eu falar ‘Mãe, a senhora não precisa mais trabalhar’. A minha mãe tem 58 anos, e é muito difícil vê-la toda madrugada saindo para trabalhar. Ela paga a faculdade da minha irmã, meu pai também ajuda, mas não é o suficiente. A gente mora alugado. Eu quero me especializar, me aprofundar, eu quero expandir. Quero realizar os meus sonhos, e o projeto solidário vai me ajudar muito, eu preciso ser aprovada”, ressaltou Raquel.
Assim como ela, Pedro Gomes, que cuida de um salão de beleza no bairro, também levou a documentação, em busca do financiamento. “O salão, hoje, é minha única fonte de renda. Há cinco anos eu trabalho com salão, é a fonte que paga as minhas contas, é como levo o sustento para a minha família”, enfatizou o empreendedor.
Documentação de trabalhadores
Os documentos necessários para o cadastro são RG (original e cópia); CPF (original e cópia); comprovante de residência atualizado no nome do solicitante e com CEP (água/luz/netfone/IPTU, original e cópia) ou, caso more alugado, contrato ou declaração de aluguel assinada e com cópia do RG e CPF do proprietário; e comprovante do estado civil (original e cópia), com cópia de RG e CPF do companheiro.
É necessário que o proponente não possua CNPJ ou MEI, dívidas em bancos, em lojas ou protesto em cartório, com exceção das dívidas em lojas com crediário próprio, até o limite máximo de R$ 1 mil. Aposentados e beneficiários de auxílio-doença também são restringidos no Programa.
Objetivo
A ação visa disponibilizar financiamentos com linhas de crédito para fomentar o mercado de trabalho informal para pessoas que que desejam ser incluídas no contexto socioeconômico, realizando trabalhos informais para a geração de renda familiar, desenvolvendo atividades ligadas à prestação de serviços como profissionais da beleza, vendas de lanches, confecções, artesanato e outros.
O programa disponibiliza o acesso ao crédito de forma orientada e desburocratizada, com o objetivo de promover o resgate social e econômico para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica, sejam elas desempregadas, sem vínculos empregatícios ou subempregadas, buscando oferecer uma alternativa de crédito.
Os recursos disponibilizados servem como capital de giro para micro e pequenos empreendedores, permitindo-lhes impulsionar seus negócios e, dessa forma, conquistar uma fonte de renda segura.