Docentes da instituição revelam motivos para celebrar ofício neste dia 15 de outubro, pós-pandemia
A educação, nas palavras do filósofo e educador Paulo Freire, “é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem”. Para celebrar a coragem desses mestres no Dia do Professor, comemorado neste sábado (15/10), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) traz depoimentos de alguns profissionais da arte de lecionar, que exige sensibilidade, carinho e uma dose extra de paciência.
Os professores da UEA contam que, de tempos em tempos, é necessário se reinventar, e isso foi exigido da categoria durante os meses de isolamento causados pela Covid-19. A coordenadora do curso de Administração da Universidade, professora doutora Andrea Lanza, relembra que não foi fácil tomar as rédeas da situação e motivar tanto professores quanto alunos, isso tudo em meio à dor de ter perdido colegas de trabalho.
“A primeira coisa que senti foi pavor. Mas, como coordenadora, eu me senti na obrigação de engolir esse medo e criar forças para auxiliar meus colegas, motivando-os, tentando sempre manter o otimismo em alta”, afirma a docente, para quem ensinar não é apenas transmitir informações, mas também saber mediar e ajudar a expandir a visão de mundo.
“Ser professor é um sacerdócio. É como se fosse um dom, você se deixa levar pela experiência e vai encontrando a forma de lidar com as situações, se apaixonando pela profissão, e até mesmo se frustrando à medida que sonhamos os mesmos sonhos e sentimos as mesmas dores que os alunos. A sala de aula me transforma, e a adrenalina desse local ajuda a me renovar. Não vejo nada que me deixe mais feliz do que fazer o que eu faço.”
Andrea Lanza demonstra muita esperança na nova gestão da UEA, sob o comando do reitor André Luiz Nunes Zogahib desde o dia 19 de abril de 2022. Ela aproveita para ressaltar a importância de ter um administrador como reitor da universidade.
“O professor Zogahib é um profissional sem igual, cheio de qualidades. E já é possível verificar a mudança dos fluxos, rearranjos administrativos e a reorganização da universidade. São coisas que só quem entende de gestão é capaz de fazer.
Difícil adaptação
De acordo com a professora mestra Andrea Fragata, do curso de Engenharia Química da UEA, ser professor é acreditar que todo educando é capaz de evoluir por meio do conhecimento, independentemente de sua condição. Ela destaca a dificuldade de lecionar, por meios eletrônicos, durante a pandemia, e relembra que precisou se adaptar às novas formas de ensino.
“Durante a pandemia, tive muita dificuldade com a informática. Foi necessário comprar equipamentos e fazer adaptações em casa. Mas, mesmo assim, a conexão da Internet continuava sendo uma barreira”, recorda.
Transformação social
O reitor da UEA, André Zogahib, celebra a data destacando que, além de representar uma das principais profissões do mundo, se não a maior, o professor é um dos maiores aliados para a construção de um mundo melhor. Ele ressalta ainda que o professor contribui não somente para a qualificação profissional, mas também com experiências que vão além dos âmbitos intelectual e social.
“Durante a pandemia houve uma ressignificação da importância do professor, que soube se reinventar e se adequar às novas tecnologias para continuar sendo fonte de conhecimento e transformação social. Tornaram-se mediadores ativos da educação, viabilizando o desenvolvimento em todas as áreas”, destaca o reitor.
Conforme a vice-reitora da UEA, a professora doutora Kátia Couceiro, é um orgulho para a UEA contar com um corpo docente qualificado e que tem alto grau de formação. “São profissionais comprometidos com a educação e que acreditam na transformação da sociedade por meio do ensino. Agradeço a todos e que possamos seguir enfrentando desafios e levando conhecimento para todo o nosso Estado”, assinala a professora doutora.
Missão
Em 14 anos de profissão, o professor Ricardo Albuquerque, do curso de Direito da UEA, busca tornar o mundo um lugar melhor por meio da educação. De acordo com ele, o papel do docente é transformar as gerações por meio do ensino.
“É muito gratificante quando um ex-aluno ou aluna, já exercendo a profissão, entra em contato com você para dizer que conseguiu atingir algum patamar importante na carreira. É quando você fica sabendo que fez a diferença na vida de alguém em razão do seu ensino”, destacou.
Na opinião de Ricardo, a maior dificuldade de lecionar de forma remota, em virtude da pandemia, foi a questão da saúde mental de todos.
“O momento era de ansiedade, de depressão, doença e mortes nas famílias. Fatos estes que, como não poderia ser diferente, impediram a imersão no ensino e aprendizagem. Porém, aprendemos a usar diversos instrumentos que encurtaram a distância entre docentes e discentes, os quais estão sendo usados até mesmo após a pandemia, como as reuniões e aulas virtuais”, pontuou.
Segundo o mestre do curso de História do Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp/UEA), Diego Omar Silveira, o professor é fundamental por ser o mediador no processo de construção de conhecimento do aluno.
“Vejo como enriquecedor o fato de conhecer jovens com aspirações e valores diferentes, que estão construindo suas perspectivas de futuro. Enxergo a sala de aula como um espaço que te faz construir um pensamento autônomo. Nosso papel é importante para incentivarmos cada um a construir seus projetos em relação à sociedade”, ressaltou Diego Omar.