Aline Mosielly, ex-aluna da rede estadual de ensino, relembra iniciativa que transformou sua trajetória

Foto: Euzivaldo Queiroz/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

No Dia Internacional da Educação, comemorado nesta quarta-feira (24/01), a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar destaca a trajetória de Aline Mosielly, ex-aluna da rede estadual de ensino, que descobriu dentro da escola o talento e paixão pela música erudita. A história de Aline é uma das inúmeras transformadas pela educação, a partir de práticas pedagógicas desenvolvidas nas unidades de ensino.

Aluna da rede estadual desde os 11 anos até a formatura no Ensino Médio, Aline sempre foi uma apaixonada pela música. Desde criança, nos corais da igreja que frequentava com a família, demonstrava interesse. E foi por meio de uma atividade escolar, quando cursava a 1ª série do Ensino Médio, na Escola Estadual (EE) Presidente Castelo Branco, localizada no São Jorge, zona oeste da capital, que a ex-discente da rede estadual teve a experiência que mudou sua vida.

“Sempre participei das apresentações da escola, onde tinha canto, música, eu estava. Mas, foi na 1ª série do Ensino Médio que tive o primeiro contato com a música erudita, na qual estou me profissionalizando hoje”, compartilhou a jovem que, atualmente, é universitária de Música, na Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Aline conta que, em determinada atividade, teve que escolher uma manifestação artística barroca para apresentar em equipe. “Como meus colegas já haviam escolhido literatura, escultura e dança, meu grupo ficou com música. Me apaixonei e comecei a pesquisar a respeito”, ressaltou Aline.

A jovem, mesmo com 15 anos à época, foi aceita nas audições do Coro de Câmara da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que define como idade mínima 16 anos para o início no grupo. Hoje, com 21 anos, a ex-aluna da rede estadual, além de discente na Unesp, também realiza o curso Canto Erudito da Escola de Música Tom Jobim, também em São Paulo.

Projeto Pedagógico

A primeira edição da feira literária que moldou o futuro de Aline foi uma idealização da própria mãe, a professora Silvana Barreto, que ministrava a disciplina de Língua Portuguesa na EE Presidente Castelo Branco. Ainda em 2014, a primeira edição da feira trouxe para a escola escritores amazonenses, como Tenório Telles e Elson Farias. Naquele momento, Silvana nem imaginava que, no futuro, a iniciativa influenciaria na escolha profissional da filha.

“Na primeira edição da feira, buscamos colocar os alunos em conversas com os próprios autores das obras que eles teriam contato no vestibular da UEA, meses mais tarde. Essa semente atingiu minha filha. Observar isso me traz uma sensação de dever cumprido, porque mostrou  para ela caminhos possíveis de profissionalização”, destacou Silvana.

Anos mais tarde, em 2017, já em sua 4ª edição, a feira apresentou para Aline a música erudita e iniciou uma relação que perdura até os dias atuais. De acordo com Suely Araújo, professora que organizou a edição naquele ano, a ex-aluna sempre demonstrou interesse nas atividades de sala.

“A Aline sempre foi uma aluna extremamente dedicada. Tudo ela fazia com muito capricho, conseguia se destacar. E, pensando nas atividades que desenvolvemos nas feiras, que sempre engajam os alunos, os fazem pesquisar de maneira efetiva, me sinto lisonjeada de poder contribuir, de certa forma, com o futuro da minha ex-aluna”, enfatizou Suely, que também é docente de Língua Portuguesa.

Palácio da Justiça

De férias da faculdade, em Manaus, Aline se prepara para uma apresentação em um lugar histórico da capital amazonense. Na próxima quinta-feira (25/01), às 19h30, ela protagonizará, no Palácio da Justiça, no Centro de Manaus, o “Recital de Canto Lírico”, composto por árias italianas e canções amazônicas. O espetáculo de música erudita, que terá entrada gratuita para o público, também vai contar com a presença do solista Sérgio Anders e do pianista Pedro Panilha.

“Todo o meu ensino foi realizado em instituições públicas, então para mim é uma honra retornar para minha cidade e poder ocupar, com aquilo que aprendi na escola, um espaço público e histórico. A minha relação com a arte na escola foi intensa e mudou minha vida, então queria dizer para que os alunos da rede levem a sério as atividades e aproveitem as oportunidades”, finalizou Aline.