Peacekeepers da ONU atuam na estabilização social de países em guerra e com graves conflitos internos

Foto: Divulgação/PMAM

Celebrado em 29 de maio, o Dia dos Mantenedores da Paz, mais conhecidos como Peacekeeper da Organização das Nações Unidas (ONU), a data reforça a importância da atuação dos profissionais para a estabilização social de países com graves conflitos internos. Na Polícia Militar do Amazonas (PMAM) há diversos mantenedores da paz com histórias impactantes e experiências motivadoras.

O tenente-coronel PM Fábio Honda participou de duas missões, uma na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, em Porto Príncipe, nos períodos de 2010 a 2011, como capitão da PMAM, e de 2014 a 2015, quando era major da corporação.

Na primeira missão, o oficial militar chegou na capital do Haiti dois meses após o terremoto que assolou o país, em janeiro de 2010. Ele foi designado para a equipe UNPOL SWAT (Operações Especiais da Polícia da ONU), e atuou em inúmeras operações com a SWAT da Polícia Nacional do Haiti, em treinamentos e mentoria e diversas ações e operações de apoio humanitário.

“Foi um período impactante, pois testemunhei o país ainda em ruínas, em decorrência do Terremoto, e suas consequências diretas, como os enormes campos de pessoas desabrigadas, a ação de gangues e o prejuízo à infraestrutura do país”, relembrou o tenente-coronel Honda.

Foto: Divulgação/PMAM

Na segunda missão, em 2014, o oficial atuou no Comissariado de Porto Príncipe e na Coordenação das FPU (Formed Police Units), participou de operações conjuntas com a Polícia Nacional do Haiti, Exército, FPUs de vários países e atuou na Coordenação das Unidades de Polícia Formada de 7 países (Jordânia, Senegal, Ruanda, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão).

“Ambas as missões me trouxeram um engrandecimento profissional e pessoal inestimável, pois tive a oportunidade de conhecer a cultura e tradições de outro país, presenciar as dificuldades de um país parcialmente assolado pela miséria e fome, trabalhar e trocar experiências com policiais de várias nacionalidades, além de estar morando em um país no que você passa a valorizar ainda mais suas condições de vida”.

Foto: Divulgação/PMAM

Sobrevivente do terremoto do Haiti

O coronel PM Algenor Teixeira, que atualmente responde pela Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), também participou da missão de Paz no Haiti entre o período de 2009 a 2011. Ele atuou em operações e, em seguida, assumiu o cargo de chefe da Diretoria de Operações Integradas, setor que integrava as Polícias da ONU e do Haiti e as Forças Militares que serviam na missão.

“Durante esse período, houve um terremoto no dia 12 de janeiro e eu estava lá, sou sobrevivente desse terremoto, eu ajudei, nas primeiras 48 horas, a organizar toda a gestão daquela crise, porque todos os postos de comando acima do meu tinham morrido no terremoto, então a gente assumiu essa função temporariamente”, explicou o coronel.

Após isso, o setor em que o coronel atuava passou a ser responsável por organizar os grupos de busca e resgate. A seção prestava assistência às vítimas do terremoto e fazia a reconstrução das unidades atingidas pelo tremor.

“Eu fiquei mais um ano chefiando a Diretoria de Operações e isso me trouxe uma experiência muito grande em diferentes aspectos profissionais. Foi enriquecedor para o meu trabalho e me trouxe um ‘know how’ que eu realmente não esperava receber nessa missão por conta dessa situação”, finalizou o coronel Algenor.

Pioneirismo Feminino da PMAM

A capitão PM Juliana Nattrodt foi a primeira mulher da PMAM a participar de uma missão de Paz. Ela atuou na mais recente, em Sudão do Sul, na África, de novembro de 2021 a 30 de abril deste ano, após completar dois anos e meio de missão, atuando na atividade administrativa com capacitação da polícia local, na proteção dos civis, no monitoramento de violação de Direitos Humanos, dentre outras funções.

“Eu me sinto muito honrada por ter feito parte de uma missão de paz da ONU, e poder colaborar com meu trabalho, representando meu Estado e o Brasil, em uma instituição internacional. Exercer minha profissão num ambiente de pós-guerra me fez conhecer outra realidade, e também a ter um entendimento melhor sobre as diferenças étnicas de um povo e respeitar suas diversas culturas”, disse a capitão.