Alimentos são cultivados por produtores rurais e transformam a merenda escolar de estudantes da rede estadual de ensino

FOTOS: Arthur Castro e Lucas Silva/Secom

Criado em 2022, o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme) conta com várias etapas até os alimentos chegarem às mesas dos estudantes da rede estadual. Ao todo, o processo beneficia direta e indiretamente mais de 4 mil produtores rurais.

A primeira etapa começa nas plantações dos produtores credenciados no programa. No sítio da dona Veridiana Nogueira, de 58 anos, os mamões são plantados e colhidos com todo o cuidado. Assim como os mais de 4 mil produtores rurais, que contribuem com a entrega de produtos para o Preme, ela entrega semanalmente o que é colhido na plantação do sítio, localizado na estrada de Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus).

Enquanto colhe os mamões com a ajuda do irmão, ela explica como cuida diariamente da plantação. “É um processo longo. Todo dia ele tem que ser molhado na fita para a gente ter uma boa colheita. É preciso adubar, verificar se está com alguma alteração, temos que ficar observando. É como se eles fossem uma criança”, falou.

Depois da colheita, é hora dos produtos serem levados para a cooperativa em que o produtor rural está cadastrado. É lá onde tudo é organizado dentro de um caminhão e levado para o ponto de abastecimento da ADS. O produtor e diretor-financeiro de uma das cooperativas credenciadas, Raimundo Vidal, 68, explica o cuidado com os produtos recebidos.

“Sempre falamos nas palestras aqui na cooperativa sobre a segurança alimentar, porque ela começa no campo e só termina na hora em que as crianças e adolescentes vão ingerir esses produtos. Todos são orientados para verificar tudo e não mandar nada errado e estragado”, disse.

Após os caminhões chegarem ao ponto de abastecimento da ADS, tudo é separado para ser entregue nas escolas parceiras. Uma delas é a Escola Estadual Profª Sebastiana Braga, na zona norte de Manaus. A aluna Isadora Batalha, 16, contou sobre a diferença que sentiu ao mudar de escola e se deparar com um cardápio saudável e regionalizado no intervalo.

“É muito gratificante, porque é bom ter uma comida saudável na escola e é uma confiança a mais para os nossos pais, porque sabem que estamos sendo bem cuidados. É melhor do que comer besteira”, disse a estudante.

Quem também comemora a merenda mais diversificada é o gestor da escola, Lourenço Nascimento. “Para nós é muito importante, porque a frequência e a preferência pela merenda melhoram bastante. Tudo vem bastante variado, com frutas, verduras, uma comida regional, que tem boa aceitação”, destacou o gestor.

O programa

O Governo do Amazonas, por meio do Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), nos três primeiros meses do ano, investiu R$ 7,4 milhões para a aquisição de produtos alimentícios, provenientes da agricultura familiar e empreendedores familiares rurais, para a composição da merenda escolar do Estado.

O Preme é executado pela Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), com recursos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Ao todo, 1.050 produtores rurais individuais, cooperativas, associações e agroindústrias foram credenciados. O investimento beneficia direta e indiretamente mais de 4 mil produtores.