O cultivo da juta no Amazonas passa a ganhar expansão no Estado com os benefícios concedidos aos juticultores de 14 municípios que são os maiores produtores de fibras naturais – FOTOS: Michell Mello/Secom

O cultivo da juta no Amazonas passa a ganhar expansão no Estado com os benefícios concedidos aos juticultores de 14 municípios que são os maiores produtores de fibras naturais. O apoio do Governo do Estado para a ampliação da cultura nas localidades reacendeu a esperança dos produtores para melhorias na geração de renda.

O Amazonas é o maior produtor de fibras de juta do Brasil, e os municípios que mais produzem são Manacapuru, Anamã, Anori, Careiro, Careiro da Várzea, Caapiranga, Iranduba, Manaquiri, Novo Airão, Beruri, Coari, Codajás, Itacoatiara e Parintins. Destes, Manacapuru (a 89 quilômetros de Manaus) é responsável por 40% da produção nacional.

Na última sexta-feira (02/10), o governador Wilson Lima confirmou o pagamento para o mês de novembro de R$ 3,2 milhões referentes à subvenção econômica da juta e da malva, corresponde à safra remanescente de 2018/2019 e à de 2019/2020. O Governo do Estado ainda vai alterar o novo valor da subvenção, modificado pelo Decreto nº 41.830/2020, que estabelece o pagamento de R$ 0,50 por quilo de fibra de juta e malva embonecada. O valor é 25% superior ao preço praticado atualmente, que é de R$ 0,40.

A alta produtividade em Manacapuru conta com o trabalho de mais de 700 agricultores familiares na região. Eronildo Amorim é um deles. Atualmente ele é presidente da comunidade São Sebastião na ilha do Marrecão, zona rural do município, onde mais de 100 famílias vivem da produção de malva e juta.

“É muito importante, porque a gente já está há vários anos esperando esse apoio, e agora está chegando. Então a gente precisa do apoio do governo, porque a gente tem uma dificuldade grande sem alguém para estar nos ajudando. A gente tendo o apoio do governo, tudo melhora para o produtor porque aqui as pessoas sabem que é um polo grande da Juta e Malva, se não for um dos maiores polos. Então ficamos muito gratos quando o governo abre as portas para ajudar o produtor rural”.

O juticultor Carlos Alberto trabalha com juta e malva há 28 anos na comunidade e foi um dos cadastrados pela Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) para receber o pagamento da subvenção. “Isso traz expectativa melhor de vida e condição para que a gente possa viver melhor, ainda mais nesse período tão complicado de pandemia. É uma satisfação muito grande ver essa ajuda para nosso setor de juticultura”.

Mais benefícios – A Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) vem trabalhando uma campanha com uma série de informações e benefícios do Governo do Amazonas para o produtor, entre elas, estão: Cadastramento pela dos beneficiários que receberão o pagamento da subvenção; anúncio da implantação de Unidade de Observação de plantio de malva em terra firme, visando estabelecer índices técnicos de produção de sementes no Estado do Amazonas.

Essa unidade será implantada em parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), além do anúncio do compromisso da indústria têxtil (CTC), que vai disponibilizar semente subsidiada pela metade do valor para os agricultores interessados no plantio.

“O governador reajustou em 25% o pagamento da subvenção da fibra. Antes (produtores) recebiam R$ 0,40 por kg de fibra, mas vão receber já, nessa safra, o pagamento de R$ 0,50, o que representa um aumento de 25%. Isso é muito importante para a economia dessa região de Manacapuru e municípios adjacentes”, disse o secretário de Produção Rural, Petrucio Magalhães Júnior.


Matéria-prima – 
A juta é tradicionalmente cultivada por centenas de agricultores familiares da Amazônia. Dessa espécie são extraídas fibras usadas como matéria-prima para a confecção de sacarias onde são acondicionados grãos de café, cacau, castanha, entre outros. As fibras também são utilizadas em confecção de telas para bolsas, sacolas e artesanato. Ambientalmente, possui importantes características, como ser uma cultura de baixa emissão de baixo carbono e contribui com o uso racional de recursos naturais, pois utiliza solos de várzea, normalmente sem utilização de agrotóxicos.