Mostra fica em exibição até o dia 31 de maio no Centro Cultural Palácio da Justiça

  Foto: Marcely Gomes / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

No Dia dos Povos Indígenas, comemorado nesta sexta-feira, 19 de abril, Manaus recebe a exposição etnográfica “Wirãdé Kuri”, que fica em cartaz no Centro Cultural Palácio da Justiça até o dia 31 de maio. A mostra é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e objetiva fazer um recorte na Arte Indígena ou Etnoarte.

“A trajetória da Arte Indígena, ou Etnoarte, resiste por séculos e, de forma atávica, às ações de apagamento histórico em contraposição às culturas colonialistas”, afirma Cléia Viana, curadora da exposição.

A curadora também esclarece que “Wirãdé Kuri” significa amanhã na Língua Geral Amazônica – Nheengatu. A exposição, portanto, tem esse olhar para o futuro, levando em conta o fato de que no Brasil, no atual momento, as Culturas Originárias se inserem como protagonistas, conquistando real espaço e provocando profusão de discursos pela reestruturação identitária brasileira.

 Foto: Marcely Gomes / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

“Wirãdé Kuri”, segundo Cléia Viana, é, também, a representação da força, da expressão artística e da adaptabilidade do corpus etnológico à fruição estética e à linguagem visual como elementos da cultura primitiva. “Não apenas por serem elementos formais, mas, também, por seus significados simbólicos representados pela materialidade que inclui plumária, cestaria, adereços, indumentária de rituais, entre outros, de diversas etnias”, descreve.

Além dos itens que permeiam a cultura de diversas etnias indígenas, a exposição também a mostra de cartazes orientadores do sentido da Audiência de Custódia que foram elaborados pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e traduzidos em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado Amazonas para as línguas nacionais Kanamari, Matis, Marubo, Tikuna, Baniwa, Tukano e Nheengatu, com o propósito de conceder cidadania e possibilitar o acesso à justiça às populações indígenas dos mais longínquos recantos da Amazônia.

Foto: Marcely Gomes / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Carta Magna em Nheengatu

Há, ainda, a apresentação expositiva da Constituição da República de 1988 traduzida para o Nheengatu, feito que é considerado uma das conquistas mais significativas de inclusão e da garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana, bem como cumprimento do pilar que a Carta Magna preconiza em seus 245 artigos: o acesso à garantia dos direitos e das liberdades fundamentais de todos os cidadãos e cidadãs, sem distinção de idioma, cor, raça e religião.

Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, a exposição “Wirãdé Kuri” leva a uma jornada pela ecologia humana e suas interações com o meio ambiente, destacando a vitalidade dos ecossistemas que sustentam as diversas culturas e suas contribuições globais.

“Ela representa a força, a expressão artística e a capacidade de adaptação das culturas originárias, preservando suas tradições e enriquecendo a identidade do país”, afirma Marcos Apolo.

O secretário também ressalta o compromisso constante do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, em fortalecer e perpetuar as expressões culturais dos povos originários. “Fazemos isso nos editais de fomento, exposições, eventos, até no Plano Estadual de Cultura para os povos indígenas. Esses são alguns exemplos do empenho em preservar nosso rico patrimônio cultural “, declara.