Na sequência da série de reportagens ‘Turismanas’, a profissional conta a experiência de quem vive do turismo há quase uma década

Responsável por, literalmente, guiar os turistas pelas belezas do Amazonas, Marilene de Souza celebra o mês da mulher e a profissão após mais de nove anos de experiência no turismo. Mari, como é conhecida a guia turística, usa seus conhecimentos para apresentar a história do Amazonas para visitantes que passam pelo Museu do Seringal, na área rural de Manaus.

Neste mês de março, o Governo do Amazonas, por meio da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), está promovendo uma série de publicações nas redes sociais da @amazonastur, intituladas “Turismanas”. A homenagem conta as histórias de empreendedoras e trabalhadoras amazonenses do setor turístico.

Natural de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus), Mari conta que o interesse pelo turismo surgiu quando morava na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, nas proximidades do museu.

“Me comunicaram que estavam precisando de uma pessoa para trabalhar no Museu do Seringal e fui fazer o teste com mais duas pessoas. Durante uma semana, nós tivemos que aprender a história. Então, busquei o livro emprestado na Biblioteca Pública e consegui comprar o filme Selva. Depois de uma semana eu fui a escolhida para ficar no museu”, relembrou a guia turística.

De acordo com Marilene, para ser guia é necessário muito preparo. No decorrer do trajeto, de forma muita criativa, Mari vai contando as histórias do lugar e envolvendo todos os turistas do início ao fim do passeio.

“O turista pode chegar no lugar mais lindo e bater a melhor foto, mas não é como escutar a história. Quando você chega no local que você é recepcionado por um guia de turismo que conta a história, que se dedica e é apaixonado pelo lugar, é diferente. As coisas ganham outro significado”.

Diariamente Mari embarca na lancha que sai da Marina do Davi e vai para o Museu do Seringal, na Vila Paraíso, no rio Tarumã-Mirim, área rural de Manaus. O trajeto dura em torno de 1 hora. O expediente começa às 9h e todos os dias Mari realiza o mesmo trajeto de ida e volta, exceto às quartas-feiras, quando o museu é fechado para visitação devido à manutenção no local.

“A minha atividade principal é contar a história do período da borracha. É mostrar o cenário que foi de um filme e que ficou para a Secretaria de Cultura do Estado”, relatou. “Foi aqui (Museu do Seringal) que tudo começou, dei meus primeiros passos no turismo, mas sempre busco fazer serviços de guia até nos meus dias de folga. Faço City tour, faço passeio fluvial e sempre busco trabalhar com esse cenário”, complementou.

Museu do Seringal
O comércio da borracha nos tempos de Belle Époque, no Amazonas, é contado com riqueza de detalhes no Museu do Seringal. É possível visitar a casa do seringueiro, as casas típicas dos funcionários da borracha, oficinas e armazéns onde a borracha era colhida, tratada e armazenada.

Marilene destaca uma das atividades imperdíveis para o visitante: ver a retirada da seiva da seringueira. “Fazer a extração do látex e depois mostrar com e se transformava o látex em borracha é encantador para o turista”, recomenda a guia.

Para visitar o Museu do Seringal, é preciso ir até a Marina da Davi, na Ponta Negra, de onde saem as embarcações da Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi (Acamdaf), que possuem Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). As embarcações saem a cada 1 hora e o valor da passagem custa R$ 21, por pessoa, cada trecho. Para outras informações sobre as rotas turísticas: (92) 3658-6159 ou 99473-7977.