O projeto é uma parceria entre o órgão ambiental, UEA e diversas entidades públicas, privadas e civis

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) lançou, nesta quarta-feira (07/02), o Sistema Integrado de Inteligência, Proteção e Monitoramento da Bacia Hidrográfica do Gigante, que vai monitorar as ampliações de rede e as novas estações de tratamento projetadas pelo programa “Trata Bem Manaus” da Concessionária Águas de Manaus, uma das parceiras do projeto, além dos sistemas já existentes em condomínios e conjuntos residenciais localizados na Bacia.

O Igarapé do Gigante, está localizado na Zona Oeste de Manaus e abrange os bairros da Redenção, Planalto, Lírio do Vale e Ponta Negra, possui suas principais nascentes preservadas pela área de segurança aeroportuária do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Contudo, a falta de saneamento básico dos bairros leva à contaminação das águas do Gigante por esgoto sanitário sem tratamento.

O Sistema de Integração, que também tem como parceira a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), será coordenado pela gerência de Recursos Hídricos do Ipaam, funcionará com parceiros institucionais para alinhamento de atividades como a recuperação de áreas degradadas com reflorestamento, revitalização de áreas de lixeiras viciadas no entorno do igarapé, fiscalização das estações de tratamento de efluentes e estações específicas de novos loteamentos e condomínios, para que tenham um efetivo tratamento, contribuindo para a manutenção de uma qualidade que não se tem hoje.

O objetivo do Sistema é alcançar resultados, tais como: Indicadores de qualidade do rio e água subterrânea melhorados (IQA); Regularização de atividades licenciadas; Outorgas/Licenças das áreas do entorno; Recuperação de áreas degradadas; Eliminação das lixeiras viciadas; Preservação das nascentes, entre outros.

O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, ressaltou que é a primeira vez que o órgão integrou entidades civis a um projeto da casa. Instituições, Ongs, Associações e Cooperativas que pudessem contribuir com algum grau de informações sobre os igarapés da cidade de Manaus foram convidadas a participar do processo.

“A ideia é incentivar, a partir de estudos acadêmicos científicos, com as universidades federal e estadual, a coletividade com as instituições da sociedade civil, agregando o interesse público ao interesse social e ao interesse daqueles que querem bem aos nossos igarapés, para que possamos fortalecer um conjunto de informações únicas aqui dentro do Ipaam”, pontuou Valente.

O gerente de Recursos Hídricos (GERH) do Ipaam, Daniel Nava, enfatiza a relevância do novo Sistema. “O Sistema vem dar voz ao anseio de comunidades que vivem no entorno, como o Movimento Todos Pelo Gigante, que agiam de forma isolada, mas com muita responsabilidade social, perante aquilo que as pessoas perderam: a possibilidade de tomar banho naquelas águas”.

Daniel ressalta ainda que a partir de agora essas comunidades terão seus anseios incorporados ao sistema público de controle ambiental e passam a ser os agentes fiscais do sistema.

“Eles passam a ser nossos agentes fiscais, que incorporam para o órgão movimentos de denúncia, de insatisfações, aconselhamentos. Nessa parceria pode-se estabelecer o controle ambiental por uma governança em rede, ou seja, o governo, as relações de governo dos entes públicos junto com os movimentos sociais, fazendo esse pacto em prol da requalificação das águas do Gigante”, finaliza Nava.

Fotos: Luanna Costa / Ipaam

No lançamento estiveram presentes comunitários do entorno da Bacia do Gigante e autoridades como o Conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Pinheiro, o Procurador Tribunal de Contas, Ruy Marcelo de Mendonça, e o Superintendente do Ibama/AM, Joel Araújo.