Natural de Anori, Angelilton concluiu o Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva da UEA

A história acadêmica e profissional de Angelilton Araújo de Moraes, de 33 anos, começou no ano de 2012 quando, por sistema de cotas, ingressou no curso de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Filho de pescador e de uma dona de casa, a perseverança é uma das características do médico natural do município de Anori (distante 195 quilômetrosde Manaus). Em novembro de 2024, Angelilton alcançou mais uma etapa: o título de especialista em Terapia Intensiva da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Além disso, Angelilton concluiu o Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva da UEA. “Acredito que podemos ser o sinal de que quem está onde um dia eu estive, no interior, com apenas um sonho, pode, sim, trilhar e chegar em qualquer lugar que desejar”, disse.

A aprovação contou com a contribuição dos preceptores que voluntariamente abriram as UTI’s para o aprendizado e o apoio dos professores Anfremon D’Amazonas Monteiro Neto e Pietro Pinheiro Alves, supervisores do Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva da UEA.

Para o reitor da UEA, André Zogahib, o papel da universidade é, sobretudo, garantir oportunidades e melhoria de vida aos acadêmicos. “Essa é uma história que inspira a todos nós. Como reitor, é um privilégio ver como a nossa universidade contribui para o sucesso de nossos acadêmicos. Estamos constantemente trabalhando para melhorar a infraestrutura, as metodologias de ensino e as oportunidades de estágio e pesquisa, com o objetivo de formar profissionais preparados para os desafios do futuro”, disse.

Quem também destaca a importância da conquista é a vice-reitora da UEA, Kátia Couceiro. “Isso representa não apenas o esforço individual, mas também a força de nossa comunidade acadêmica. Sou da área da Medicina e, como professora da universidade, fico muito contente em ver nossos alunos chegando longe. Parabéns!”, comentou.

Trajetória profissional

A trajetória acadêmica de Angelilton sempre contou com o apoio da universidade. Ao chegar do município de Anori, o profissional foi morar na Casa do Estudante da universidade e recebia os benefícios que a UEA podia oferecer, como auxílios transporte e alimentação.

“É importante frisar que agarrei todas as oportunidades que fui encontrando para completar renda junto ao que minha avó mandava. Morei os seis anos de faculdade na Casa do Estudante da UEA. No dia 3 de setembro de 2018 voltei a Anori como médico da atenção básica e plantonista no hospital da cidade. Era um sonho que realizei por três anos. Foi engrandecedor atender meu povo. Anori me recebeu de braços abertos, mas sabia que havia prazo para estar lá, a residência”, explica.

O médico relembra, ainda, que foram os preceptores que enxergaram o potencial da Medicina Intensiva. “Passei a faculdade inteira achando que ia fazer cirurgia geral. Mas um dos meus preceptores chegou a dizer: você tem perfil de intensivista. Por fim, quando fui ler sobre a área estava muito decidido a fazê-la”, contou

E foi com esse foco que Angelilton conseguiu a aprovação no Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva e conquistou o título de especialista em Terapia Intensiva da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

“Ser da primeira turma da UEA de Medicina intensiva, e alcançar esse feito, eleva a qualidade do ensino da universidade e do nosso serviço. Sendo filho da casa, graduado e abraçado pela UEA em toda graduação, fico extremamente feliz por todo esse movimento”, disse, emocionado.

O médico formado pela UEA acredita, ainda, que se submeter à prova de título da Amib é, querendo ou não, validar a qualidade do intensivista que você é”.

Apoio dos supervisores

O supervisor do Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva da UEA, Anfremon D’Amazonas Monteiro Neto, destacou que está feliz com a aprovação nesta primeira turma, pois a prova é difícil, com várias etapas (escrita e oral) e já tem um titulado.

“A gente treinou isso com a turma, como avaliação, durante os três anos da residência. Estamos felizes que deu certo, tanto a questão de formação que sabemos que eles são bons, mas também a questão de ter passado na prova o que, praticamente, deixa ele igual com qualquer outro intensivista do país. Então, a nossa felicidade, aqui, é enorme, enquanto professores da UEA.”