Idam tem em seu quadro de servidores mulheres extensionistas, gerentes de unidades, e no corpo administrativo da autarquia estadual

No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), homenageou as servidoras do órgão e destaca algumas mulheres que contribuem com a construção de um setor primário forte, levando assistência técnica, extensão rural e capacitações para os produtores rurais de todo o estado. A data foi instituída pelas Nações Unidas há 48 anos e os desafios para muitas mulheres se estendem até hoje.

Presente desde a ‘ponta da linha’, levando diretamente a metodologia de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para os produtores e agricultores, a mulher também está no andamento dos processos internos da unidade central, que, com dedicação, afinco, profissionalismo e competência, contribuem diretamente para o fluxo organizacional do bom atendimento ao produtor.

Das 66 unidades locais (unloc) do Idam espalhadas por todo o Amazonas, oito unloc’s são gerenciadas por mulheres (Anori, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Santo Antônio do Içá e São Sebastião do Uatumã), além de dois postos avançados (Autazes e Curuquetê), que no dia-a-dia, lidam diretamente com as dificuldades para praticar o extensionismo rural no estado.

Ao todo, entre comissionadas e concursadas, o Idam possui 124 mulheres em seu quadro. Seja na unidade central ou local, elas desempenham  suas funções com dedicação e empenho para desenvolver o trabalho de assistência técnica e extensão rural em sua excelência.

Mulheres na retaguarda

Na unidade central, as servidoras desempenham papéis fundamentais na condução do Idam. A diretora administrativo-financeira (DAF), Maria José de Melo Andreola, conhece profundamente o trabalho de extensão rural desenvolvido pelo órgão e é reconhecida pela competência e liderança.

“Estou no Idam desde sua criação e isso me levou a ter um carinho imenso pela atividade, pelo órgão e pela equipe. A cada viagem ao interior, a cada trabalho executado, vejo como fazemos a diferença na vida das pessoas. É muito gratificante poder desempenhar um papel importante em um setor tão estratégico e que lida diretamente com o povo do Amazonas”, disse.

Já a gerente de apoio à Produção Vegetal do Idam, Anecilene Buzaglo, acumula ao longo de toda sua carreira profissional 18 anos na Assistência Técnica e Extensão Rural do Idam. Com orgulho, Anecilene explicou quais são os principais desafios que precisam ser superados pela mulher na extensão rural.

“Ter que demonstrar no dia a dia que você é uma profissional qualificada e competente, capaz de executar qualquer atividade ou exercer qualquer cargo”, explicou Anecilene, que deu a ‘dica’ para se manter na extensão rural. “É preciso manter uma postura ética no exercício da profissão e atuar na extensão rural como missão de vida”, pontuou. 

Presença feminina também na ‘ponta da linha’

Engenheira florestal e gerente de apoio à produção madeireira, Maria do Carmo Gomes Pereira, atua no Idam há 1 ano e 5 meses e hoje se sente realizada, levando informação sobre ecologia e conservação da floresta para agricultores familiares e comunidades ribeirinhas.

“Me sinto realizada em trabalhar com agricultores familiares representantes de povos e comunidades tradicionais (ribeirinhos, indígenas, pescadores), mostrando os caminhos para a exploração sustentável de recursos naturais. Ao mesmo tempo, me sinto privilegiada por ter a chance de interagir com o conhecimento tradicional dos agricultores, que contribui sobremaneira ao meu aprimoramento profissional”.

Zootecnista do quadro de servidores estatutários do Idam, Maria Oliveira integra a equipe da Gerência de Apoio à Produção Animal (Gepan). Ela trabalha há seis anos na área, especialmente com pecuária, e explicou que o tempo agrega um vasto conhecimento aos profissionais além dos tradicionais paradigmas que enfrenta, como por exemplo, o preconceito.

“Ao escolher uma profissão do agro, nós mulheres temos consciência de que ainda há uma resistência cultural nesse meio. É um duplo desafio, a competência parece não ser suficiente, existe uma pressão por credibilidade e experiência que vem de forma velada. Com o passar do tempo vamos acumulando experiência, e esse é um ponto interessante, infelizmente não posso oferecer mais tempo de experiência porque só tenho 27 anos de idade. Calçar a bota e vestir-se de determinação é somente o início”, pontuou.

A gerente da unidade local do município de Humaitá, a engenheira agrônoma Gisely da Silva Melo, explica que, para a mulher exercer o extensionismo rural é preciso se preparar para eventuais questionamentos e com trabalho e competência, conquistar o seu lugar.

“Tem produtor que acha que a função de gerente do Idam é para homem, então, o machismo está presente na extensão rural e nós, mulheres, precisamos trabalhar o dobro para mostrar competência. A mulher tem garra, tem força e pode alcançar o que quiser. É só trabalhar direitinho e mostrar a que veio. Sou muito feliz, é uma profissão que gosto e considero como minha segunda casa, e faço tudo aqui, com muito amor, carinho e dedicação. É muito bom ver o produtor ter êxito no seu cultivo”, encerrou.