Workshop de avaliação da Operação Curuquetê 2 reuniu instituições estaduais e federais nesta quinta (10/12) e sexta-feira (11/12). Foto: Jamile Alves/Sema.

A atuação do Estado contra o desmatamento e as queimadas ilegais no Amazonas passou por uma avaliação, nesta quinta-feira (10/12) e sexta-feira (11/12). As instituições envolvidas na Operação Curuquetê 2 estiveram reunidas em um workshop, no intuito de discutir os resultados obtidos em 2020 e iniciar a construção do plano integrado de ações para o próximo ano.

O workshop teve início com a apresentação de um balanço das atividades realizadas por cada órgão envolvido, além do levantamento dos pontos positivos e negativos do trabalho executado. Nesta sexta (11/11), as atividades do evento consistiram em uma revisão do plano integrado deste ano e na composição das novas estruturas para 2021.

As equipes da Operação Curuquetê 2 estiveram em campo de 16 de junho a 27 de novembro. Um dos novos alinhamentos para 2021 foi o adiantamento do início da operação já para o mês de fevereiro, segundo explica a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Christina Fischer.

“O workshop promoveu a construção dos componentes estratégicos da nossa atuação para 2021. Uma das percepções unânimes é que a gente precisa começar a atuar ainda mais cedo, com foco na prevenção ao desmatamento no primeiro semestre para, consequentemente, diminuir a quantidade de área derrubada pronta para a queima no período da estiagem”, contou.

O encontro envolveu secretarias e instituições do Governo do Amazonas, o Exército Brasileiro, entidades federais e órgãos de controle. Outra demanda levantada pelo grupo diz respeito ao aumento de bases de atuação no sul do estado – área de intensa pressão para crimes ambientais, com 66% dos focos de calor registrados em 2020 e 85% dos alertas de desmatamento emitidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) neste ano.

“Em 2020 nossa base ficou concentrada principalmente no município de Apuí, que é o mais afetado da região. De lá nossas equipes atenderam os municípios vizinhos, mas houve limitações geográficas que precisam ser superadas em 2021. Construir duas bases fixas de operação em Apuí e em Humaitá, junto aos Centros de Comando e Controle em cada cidade, irá permitir que a gente chegue nas áreas afetadas mais rapidamente”, pontuou o gerente de fiscalização do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Raimundo Chuvas.

Outras necessidades foram identificadas para melhoria das atuações pós-operação, como a sistematização de indicadores e o acompanhamento integrado dos inquéritos resultantes da operação. Isso permitirá a produção de conhecimento de Inteligência, de acordo com o titular da Secretaria Executiva Adjunta de Planejamento e Gestão Integrada (Seagi), coronel Hermes Macedo.

“O ano de 2020 foi muito importante de aprendizado para a Seagi, que está integrando as operações de combate pela primeira vez. Vimos os desafios que as equipes têm e aos quais podemos dar maior suporte. Agora nós vamos aprimorar a atuação integrada, também no pós-operação, para que o Amazonas tenha maior controle efetivo das suas queimadas não autorizadas e do seu desmatamento”, afirmou.

Em janeiro de 2021 as equipes devem voltar a se reunir, desta vez para a realização de um planejamento detalhado das missões.

Integração – Fazem parte da Operação Curuquetê a Casa Militar; a Sema; o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a Seagi, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), além dos efetivos do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil do Amazonas.

Entre as instituições federais que dão suporte às ações do Estado estão o Exército Brasileiro e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O planejamento integrado também conta com a participação de órgãos de controle do Amazonas, como a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e o Ministério Público Federal (MPF).