Secretarias e agências do Governo do Amazonas estiveram reunidas, nesta quarta-feira (11/08), para alinhar o plano estratégico da Operação Tamoiotatá. A força-tarefa, que ocorre de forma contínua desde o mês de abril, ampliará a presença do Estado no sul do Amazonas, com o efetivo de 200 pessoas para fortalecer o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais.
O efetivo contará com equipes da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), integradas à Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e, também, à Força Nacional, que integrará as ações do Estado, por meio da Operação Guardiões do Bioma.
Maior cobertura
O grupo ficará dividido em três bases, localizadas em Apuí, Humaitá e Lábrea (a 453, 590 e 702 quilômetros de Manaus, respectivamente). O objetivo é garantir maior cobertura contra a degradação ambiental na região sul do Amazonas, considerada de maior vulnerabilidade no estado para crimes contra o meio ambiente, relacionados à grilagem, uso irregular de terras, extração ilegal de madeira e garimpo.
“Essa é uma reunião de adequação da Tamoiotatá, para atuação no segundo semestre de 2021. A estratégia é fortalecer o efetivo, com aumento de presença do Estado nas áreas mais críticas, para combatermos a ilegalidade, junto a um movimento do Ipaam para ampliar a legalização, por meio da regularização ambiental de empreendimentos nessas áreas”, disse o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Reforço
Da SSP-AM, o reforço de efetivo contará com equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), da Polícia Civil (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema); além da Secretaria Executiva-Adjunta de Planejamento e Gestão Integrada (Seagi), da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop) e da Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai).
“Nós vamos trabalhar agora com essa intensificação das nossas ações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas. Isso é um tema que é muito importante. O governador Wilson Lima determinou a atenção total ao combate, que não é uma ação para prejudicar produtores, mas para evitar que o crime aconteça e prejudique as pessoas que trabalham legalmente”, enfatizou o secretário de Segurança, general Mansur.
Todo o efetivo recebe, ainda, o apoio de 175 brigadistas florestais, capacitados pelo Governo do Estado para atuar na contenção de pequenos e médios focos de calor. O reforço será para os municípios de Lábrea (26 brigadistas), Manicoré (20 brigadistas), Novo Aripuanã (24 brigadistas), Humaitá (20 brigadistas), Apuí (17 brigadistas), Boca do Acre (38 brigadistas) e Canutama (30 brigadistas).
Novas estratégias
As equipes da Operação Tamoiotatá atuarão em diversas frentes, que incluem o combate efetivo às queimadas, a realização de barreiras terrestres para coibir o mercado ilegal de madeira, além de ações de Defesa Civil, monitoramento ambiental e cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão.
Em campo, a atuação será ampliada ainda com o uso de geotecnologias, com R$ 1,7 milhão investidos em um serviço de monitoramento ambiental remoto, com a utilização de drones. O recurso é proveniente de um projeto da Sema financiado pelo Banco Alemão de Desenvolvimento KfW, que prevê ainda R$ 1,6 milhão para estruturação das brigadas, além de R$ 2,6 milhões para a remuneração de 240 brigadistas por um período de seis meses.
Em Manaus, as estratégias serão potencializadas com a criação do Centro de Monitoramento Ambiental (CMA). Segundo o diretor-presidente do órgão, Juliano Valente, a previsão é que o CMA comece a operar em setembro.
“A estrutura funcionará como um centro de integração de informações geográficas, para apoiar ações de licenciamento, fiscalização e monitoramento, com o uso de insumos de sensoriamento remoto aliados ao conjunto de softwares que compõem o parque tecnológico do Ipaam”, destacou.
Balanço da operação
A Operação Integrada Tamoiotatá está, atualmente, em sua 9ª fase de execução. De abril a agosto de 2021, a ação em campo embargou um total de 10.919,90 hectares no sul do Amazonas. Ao todo, foram R$ 31.196.524,23 em multas, provenientes de 57 autos de infração. O número de autuações remotas realizadas pelo Ipaam chegou a 47.
Em cinco meses de atuação, o Estado conseguiu apreender mais de 14,3 mil metros cúbicos de madeira sem origem florestal comprovada, além de 33,8 mil quilos de carvão vegetal extraído ilegalmente.