Entre os armamentos periciados estão pistolas, revólveres, carabinas fuzis, espingardas, armas artesanais, simulacros e pistolas de pressão

A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (ICB-LSB) do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), concluiu de janeiro a outubro deste ano, cerca de 1.700 laudos relacionados às armas de fogo utilizadas em crimes no estado. Os laudos auxiliaram nos trabalhos da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), dentre eles, os registrados na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Além do armamento, o setor já recolheu durante este período, 1.258 munições, além de vestígios coletados nos corpos de vítimas em casos de homicídios envolvendo armas de fogo. Os dados ainda apontam a coleta de cerca de 470 estojos deflagrados e 741 projéteis ou fragmentos relacionados a crimes.

Em outubro de 2023, o instituto recebeu um scanner de projéteis para aquisição das imagens que compõem o banco nacional de perfis balísticos. Com o suporte tecnológico, os laudos são emitidos de forma mais rápida oferecendo precisão, eficiência e confiabilidade nos resultados.

Conforme o perito, Ulisses Neiss, as armas apreendidas pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e Polícia Civil (PC-AM) são encaminhadas ao setor de perícia balística para serem analisadas. “Todo o material é analisado, e grande parte dele já passou pelo processo, com a emissão do laudo correspondente. Os vestígios de projéteis e estojos também são utilizados para alimentar o banco de perfis balísticos”, disse.

Tipos de armamento

As armas de fogo mais examinadas pelo setor de balística são dos calibres 9mm, .40 e .38, incluindo tanto os armamentos quanto os vestígios recolhidos.

Entre os armamentos periciados estão pistolas, revólveres, carabinas fuzis, espingardas, armas artesanais, simulacros e pistolas de pressão.

O instituto realiza exames utilizando diversas ferramentas, como lupas, réguas, paquímetros e equipamentos sofisticados, que ajudam a agilizar o trabalho da perícia na solução de crimes e aumentar a eficácia das investigações envolvendo o uso de armas de fogo.

Entre os aparelhos manuseados está o microscópio comparador balístico que relaciona simultaneamente objetos como projéteis e cápsulas para determinar se foram disparados ou não pela mesma arma.

“O confronto balístico é um procedimento que pode determinar a autoria de um crime de homicídio por arma de fogo. Quando ocorre um homicídio com o armamento, é comum que fiquem vestígios no local do crime. Por meio desses exames, é possível concluir, ou não, que os vestígios encontrados no local do crime foram disparados por aquela arma de fogo apreendida”, explicou o perito.

Rede integrada

O Amazonas, por meio do instituto, integra desde 2023 o Sistema Nacional Integrado de Análise Balística (Sinab), que é um projeto do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O Sinab vincula apurações criminais federais, municipais, estaduais e distritais através de dados e registros de comparativos entre os elementos de munição em todo território nacional no Banco Nacional de Perfis Balísticos.

“Recentemente recebemos, por meio de um convênio federal, o Sinab, que funciona como um banco de dados de perfis balísticos, permitindo a correlação entre os locais de crimes de homicídio por arma de fogo com base nos vestígios encontrados nesses lugares”, disse Ulisses.

O sistema equipou o estado com aparelhos modernos que possuem escaneamento de imagens 3D para análise de projéteis e estojos de armas de fogo.