Diretora-presidente da Fapeam ocupará a cadeira do Patrono André Vidal de Araújo da centenária entidade cultural do Amazonas
A pesquisadora e escritora Márcia Perales Mendes Silva, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), foi empossada como membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas (IGHA), ocupando a partir desse momento a cadeira do Patrono André Vidal de Araújo da centenária entidade cultural do Amazonas. A sessão solene de posse ocorreu na noite desta sexta-feira (14/07), na sede do Instituto, localizado no Centro Histórico de Manaus, e reuniu intelectuais, ilustres personalidades do estado e demais convidados.
Fundado em 25 de março de 1917, considerado de utilidade pública pela Lei Estadual nº 897, de 24 de agosto de 1917, e pela Lei Municipal nº 1.071, de 22 de outubro de 1973, o IGHA tem como missão apoiar e promover o conhecimento e a interpretação da Amazônia e do país no âmbito da geografia, da história e ciências conexas, com vistas à defesa da identidade cultural e preservação da memória.
“Fiquei muito feliz de ter sido um dos nomes escolhidos. Estou tomando posse como membro efetivo da instituição cultural mais longeva do estado do Amazonas, e aqui estão pessoas respeitadas, renomadas, que têm trajetórias marcantes e de muita contribuição para o desenvolvimento desse estado”, destacou Márcia Perales.
Conforme a diretora-presidente da Fapeam, o trabalho desenvolvido pelo IGHA vai além da preservação de memória é também propositivo em relação às demandas da sociedade que se apresentam ao Instituto, e a interlocução com a sociedade é algo fundamental, o que torna o Instituto mais forte, sólido e comprometido com o desenvolvimento do estado.
Márcia Perales foi eleita, em 2022, por meio de um pleito que reuniu onze candidatos de alta qualificação intelectual e merecimento. O presidente do IGHA, José Braga, reforçou que a imortalidade acadêmica que o Instituto também confere é a imortalidade das letras, do pensamento e da produção intelectual, e enfatizou que Márcia Perales tem isto tudo para oferecer à sociedade amazonense.
“Estamos vivendo uma noite de luz, de muito brilho, de muita esperança, porque a professora Márcia, que hoje ingressa na nossa confraria, no nosso IGHA, é uma pessoa estelar na sociedade, nas letras, no magistério, uma pesquisadora de conceito nacional. Ela nos traz uma presença muito significativa e uma esperança para o futuro do Instituto que tem 106 anos de história”, enalteceu.
A oradora oficial do IGHA, Marilene Corrêa, disse que a cada entrada de um novo associado o Instituto também se revigora em três sentidos, no mínimo, o primeiro com o fortalecimento da imagem institucional do Instituto histórico centenário, porque a cada momento que recebe um jovem intelectual se prepara para uma nova agenda e repertório de pesquisa; o segundo o de refletir sobre a presença da mulher no Instituto; e o terceiro sobre a situação da instituição e da Amazônia hoje, ambos com a função muito especial de repensar o Brasil e de repensar a relação do Brasil com a Amazônia.
“A Márcia não somente pela sua história pessoal e institucional tem feito isso em vários níveis, fez isso quando era reitora, faz isso como pesquisadora, faz agora como presidente da Fapeam e como nossa representante na Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], que é nossa entidade nacional de formação de mestres e doutores”, pontuou.
Durante a cerimônia de posse, estavam presentes também o diretor-presidente da Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias, Jorge Barroso, representando o Governador do Amazonas, e o Presidente da Academia Amazonense de Letras, Aristóteles Comte de Alencar.
Trajetória
Márcia Perales Mendes Silva é amazonense e ingressou como docente na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em 1986. É especialista em Fundamentos da Educação (1998) pela Ufam, mestra e doutora em Políticas Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pós-doutora em Políticas Sociais pela Universidade de Brasília (UnB). É professora Titular da Ufam, onde atua em Sociedade e Cultura na Amazônia. É líder do Grupo de Pesquisa em Processos de Trabalho e Serviço Social na Amazônia (Getra) desde 2001 e membro da Academia Amazonense de Letras, desde 2013.
Entre as publicações científicas, destacam-se os livros: O Assistente Social e as Mudanças no Mundo do Trabalho (2005); Expressões do Mundo do Trabalho Contemporâneo: um olhar para os trabalhadores do Parque Industrial de Manaus (2010); Serviço Social: da formação acadêmica ao exercício profissional (2015); Política de Segurança no Trânsito em Manaus (2017). Além de artigos, prefácios e capítulos de livros.