Livro sobre ativista paquistanesa ganhadora do Prêmio Nobel foi lido em três aulas

FOTOS: Arquivo Pessoal

O incentivo à leitura é uma das ações constantes da Escola Estadual (EE) Professora Alda Barata, na zona centro-oeste de Manaus. Como forma de despertar o prazer pelo estudo e estimular a frequência escolar, o professor de Língua Portuguesa, Luiz Guilherme Melo, realizou uma leitura coletiva da biografia “Malala, a menina que queria ir para a escola”, que retrata a vida da ativista paquistanesa Malala Yousafzai.

Voltado aos estudantes da 7ª série do Ensino Fundamental, o projeto visou encorajar a leitura, o aprendizado e desenvolvimento crítico para eles, além de gerar, por meio da leitura em grupo, um debate sobre cultura e perspectivas diferentes. No total, foram realizadas três rodas de leitura.

Luiz Guilherme conta que a ideia da roda de leitura nasceu da inquietação ante o desânimo de alguns alunos da turma em manter a frequência na escola. Ele diz que, de início, os estudantes não se empolgaram, mas que a partir da leitura em grupo, vieram as curiosidades sobre a cultura e os desafios da personagem em prol da educação, e os alunos foram se envolvendo com a história de Yousafzai.

“Senti que a turma precisava se reconectar à escola, resgatar o prazer pelo aprendizado. Pensei, ‘um ano nada fácil está acabando e eles precisam se inspirar para o ano que vem’. E uni o útil (a leitura) ao agradável (o exemplo de vida da ativista Malala Yousafzai, a pessoa mais jovem a ser laureada com um prêmio Nobel da Paz). Nessa combinação, vi uma oportunidade única na leitura coletiva da biografia ‘Malala, a menina que queria ir para a escola’, escrita pela jornalista Adriana Carranca”, conta o professor.

A biografia foi lida em três aulas. “Foi interessante ver uma geração totalmente conectada à internet se empolgar com o desenrolar da história impressa no papel. Tanto que eles mantiveram a frequência neste final de ano letivo só para saber o desfecho do livro”, acrescenta Melo.

Inspiração – A aluna Adrianne Lorena, de 13 anos, disse ter se divertido com a experiência e que gostou de ter aprendido mais sobre o modo de viver da ativista, que é tão diferente da brasileira. Ela encontrou na leitura uma inspiração para seu próprio estudo.

“Eu gostei muito do livro, ver como a cultura paquistanesa é bem diferente da nossa. Por meio da história, eu também pude ver que, apesar das dificuldades, é muito importante estudar”, avaliou Lorena.

A roda de leitura resultou em reflexões e debates levantados pelos próprios leitores diante de tudo o que descobriram sobre os costumes do Paquistão.