Roda de Capoeira já acontece há 24 anos no local e ganha fôlego com o recurso obtido por meio do edital
Contemplado em um dos editais da Lei Paulo Gustavo, disponibilizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o projeto “A Roda de Capoeira da Eduardo Ribeiro como meio de preservação, resistência e salvaguarda da Capoeira no Amazonas” já está executando as ações que se propôs a realizar.
Em fevereiro, o projeto vai realizar dois eventos: no domingo (04/02), será realizada a palestra “A percepção visual da Capoeira através da visão subnormal”, com o contramestre Teco, O evento contará ainda com roda de Capoeira Angola e Samba de Roda.
No dia 18 de fevereiro, será realizada a oficina de toques de berimbau, também acompanhada de roda de Capoeira Angola e Samba de Roda. Ambos os eventos acontecem na avenida Eduardo Ribeiro, na calçada da Catedral Metropolitana, próximo ao relógio, com início às 9h.
“Este projeto tem por finalidade preservar a Roda de Capoeira e Ofício dos mestres, bens tombados como Patrimônios culturais Imateriais da Humanidade pela Unesco, e também a cultura da Capoeira Tradicional no Estado do Amazonas”, explica o mestre Canário, coordenador da Frente Unida Capoeira Tradicional do Amazonas, responsável pelos eventos.
Segundo mestre Canário, essa é a primeira vez que o movimento consegue um apoio institucional. “O projeto submetido ao edital foi feito por mim como pessoa física, mas com o intuito de fomentar essa roda que já acontece há 24 anos”, afirma Canário.
Neste ano, já foram realizadas duas edições da Roda de Capoeira da Eduardo Ribeiro, uma de abertura e a outra com o início das Vivências com os Mestres e frequentadores. “Nesta edição do dia 4, teremos a Vivência do Contramestre Teco, que tem deficiência visual e vai contar de suas dificuldades na arte e também dos benefícios que ela traz a ele”, conta mestre Canário.
O coordenador da Frente Unida Capoeira Tradicional do Amazonas relata que os participantes da Roda de Capoeira iniciam a programação às 8h15. “Começamos nesse horário com a limpeza e higienização da calçada da Igreja da Matriz, depois tomamos um café e iniciamos o bate-papo às 9h. Depois, fazemos a roda de Capoeira Angola e, ao final, por volta de 12h30, iniciamos o Samba de Roda, que segue até às 15h”, conta Canário.
Atração turística
Mestre Canário ressalta também que o evento serve como uma atração turística aos visitantes que vêm a Manaus e que visitam a feira de Artesanato da Eduardo Ribeiro. “O Fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa é, principalmente, para a compra de materiais como caixa de som, banquetas, microfones, mesa de som, instrumentos, aluguel do banheiro químico e pagamento de cachês aos palestrantes e oficineiros”, relata Canário.
O mestre capoeirista lembra que o fomento, obtido por meio de editais como os da Lei Paulo Gustavo, faz com que o estado cumpra o seu dever de apoiar a Cultura por intermédio de políticas públicas.
“A importância disso é enorme, pois antigamente não tínhamos nem como ir ao banheiro quando tínhamos necessidades, hoje temos um banheiro à disposição locado, e também alimentação para os frequentadores, tanto café da manhã quanto almoço. Também compramos uma tenda para enfrentar os dias de chuva, ela está a caminho”, comemora.
Canário lembra que Capoeira foi tombada como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas e também pelo Município de Manaus, ressaltando que o fomento atende ao direito Constitucional da Cultura para a população.
“Estamos muito felizes pelo apoio e pretendemos a cada ano solidificar a parceria. Ano que vem, quando a roda completa 25 anos, pretendemos dar entrada no tombamento dela como Patrimônio Cultural também”, planeja.