Área será usada para fortalecer cultura local da mandioca. Produção ocorre na comunidade Nova Jerusalém
Com o objetivo de garantir uma produção sustentável em Unidade de Conservação, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) levou apoio técnico aos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma para desenvolver uma unidade demonstrativa de roçado sem fogo. A produção é na comunidade Nova Jerusalém, localizada no município de Novo Aripuanã (a 227 km de Manaus).
Ao todo, 23 ribeirinhos das comunidades Nova Jerusalém, Repartimento, São José dos Brasões, Livramento, Abelha, Terra Preta, Limão e São João participaram da ação. O roçado é a etapa inicial do elo de valor da cadeia produtiva de maior importância no município: a produção de farinha de mandioca.
A tecnologia do roçado sem o uso do fogo é uma das alternativas para os produtores rurais prepararem a área de plantio sem provocar queimadas e agredir o meio ambiente, garantindo maior produtividade e gerando renda sustentável.
O colaborador da Sema Erfrany Leal, que apoia a gestão da RDS do Juma, afirma que a ação do roçado sem fogo é a chance de aprender uma nova forma de plantio sem prejudicar a natureza. A ideia é que os ribeirinhos possam levar o aprendizado para ser multiplicado dentro das suas comunidades de origem.
“Implementamos esse roçado em uma área de capoeira. Mostramos que, com novos conhecimentos e tecnologias, é possível evitar queimadas e, ao mesmo tempo, produzir com mais qualidade, fortalecendo a cadeia produtiva da farinha dentro da Unidade de Conservação”, pontuou.
Segundo Leal, foram implantadas quatro variedades de manivas. Ao lado da unidade demonstrativa foi feito um outro roçado, desta vez, com o uso do fogo, a fim de fazer uma análise comparativa da produtividade nos dois sistemas. Estima-se que seja possível dobrar a produção no modelo sustentável.
“Com o roçado tradicional, os produtores conseguem uma média de 12 toneladas por hectare. O roçado sem o uso do fogo, feito com as tecnologias adequadas, permite que essa quantidade chegue a 24 toneladas, sem que haja a necessidade de degradação. Ou seja, todo mundo ganha mais: o pequeno produtor e a natureza”, completou.