Iniciativa do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade deve apoiar atividades sustentáveis em Unidades de Conservação
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) recebeu, na quinta (24/11) e sexta-feira (25/11), uma comitiva com representantes do Governo do Reino Unido e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para alinhar uma cooperação com o Governo do Amazonas. O objetivo é dar início ao Projeto Rural Sustentável no estado, iniciativa do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).
O Projeto Rural Sustentável tem o propósito de melhorar as práticas de uso da terra e manejo florestal, utilizadas pelos pequenos e médios produtores rurais, nos biomas da Amazônia e Mata Atlântica. O objetivo geral é mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) a partir do desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis.
Na quinta-feira (24/11), o grupo foi a campo para uma visita na comunidade Acajatuba, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, Unidade de Conservação (UC) sob gestão da Sema. Nesta sexta (25/11), a comitiva esteve na sede da secretaria, para uma reunião com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, e equipe técnica.
“Esse é um desdobramento da COP 27, onde o projeto foi lançado para implementação aqui no Amazonas, no Pará e, também, em Rondônia. Todo apoio é muito bem-vindo, pois precisamos não só de recursos, mas de projetos bem estruturados que possam ter impacto na redução do desmatamento, na redução de GEE e na criação de um ciclo virtuoso de combate à pobreza”, disse Taveira.
A iniciativa é resultado da Cooperação Técnica aprovada pelo BID, com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional e o IABS como responsável pela execução e administração técnica, financeira e fiduciária do projeto.
Expectativas
Inicialmente, o escopo do projeto inclui iniciativas de incentivo ao manejo do pirarucu e ao extrativismo da castanha. A proposta discutida em reunião é que sejam beneficiadas Unidades de Conservação onde as atividades já são desenvolvidas, no intuito de potencializá-las por meio da iniciativa. É o que afirma o diretor presidente do IABS, Luís Tadeu Assad.
“A ideia é que o projeto possa complementar o que já é feito e a nossa expectativa, conhecendo a realidade, conhecendo todo o trabalho que é realizado, é que a gente possa realmente ter essa conexão, trazendo inclusive outros atores que já têm uma atuação com outros projetos e estão há mais tempo na região”, afirmou.
A chefe da Divisão de Clima e Biodiversidade, do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA) do governo britânico, Emma Donnelly, também participou do encontro. “Estamos muito ansiosos para trabalhar nesse projeto com o Amazonas. Espero voltar em breve e ver alguns dos benefícios e resultados”, pontuou. Ela afirma ainda que o apoio institucional do Governo do Amazonas será determinante para o sucesso da iniciativa.
“Trabalhamos com muitos programas de desenvolvimento em muitos países e já vi muitos programas bem-intencionados falharem, porque não estavam tão conectados ao governo, seus planejamentos e suas estratégias. Nós nos sentimentos muito confiantes, pois tivemos conversas muito estratégicas sobre como fazer o nosso financiamento atingir o maior impacto, através desse trabalho conectado ao Estado”, completou.
Agora, as instituições devem firmar um acordo de cooperação para a implementação da iniciativa, com previsão para início no primeiro semestre de 2023.