Entre janeiro e outubro deste ano, Manaus registrou 234 acidentes com animais peçonhentos. FOTO: Girlene Medeiros/FVS-AM.

As serpentes seguem como as principais causadoras de acidentes envolvendo animais peçonhentos no Amazonas. De janeiro a outubro deste ano, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) registrou 2.371 acidentes. Desses, 1.691 ocorreram por serpentes, o que representa 71,3% do total de casos de animais peçonhentos no estado.

Embora as serpentes se mantenham à frente no ranking de causadores dos acidentes por animais peçonhentos, houve uma redução em 11,2% dos casos envolvendo esses répteis no comparativo entre janeiro e outubro deste ano e o mesmo período no ano passado, quando foram registrados 1.906 casos.

Em segundo lugar, o escorpião é o animal que mais causa acidentes por animais peçonhentos no Amazonas. O levantamento da Gerência de Zoonoses da FVS-AM aponta para 350 acidentes por esse invertebrado no período de janeiro a outubro de 2020. A lista de animais que mais causam acidentes inclui aranhas (146), abelhas (33) e lagartas (21).

A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, ressalta que acidentes por animais peçonhentos foram incluídos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de doenças tropicais e acometem comumente a região amazônica, principalmente, devido à subida e descida do nível dos rios amazônicos.

“A prevenção contra acidentes por animais peçonhentos deve ser objeto de atenção de todos. São notificações que podem ser reduzidas com a colaboração mútua de todos”, afirmou.

O médico veterinário Deugles Cardoso, da Gerência de Zoonoses da FVS-AM, aponta a necessidade das secretarias municipais de saúde do Amazonas atuarem no combate a acidentes por animais peçonhentos a partir da prevenção. “Prevenir é sempre melhor para evitar novos casos. A higiene do local e evitar o acúmulo de coisas são medidas para prevenir esses acidentes”, ressaltou.

Os animais peçonhentos estão presentes em diversos ambientes, na maioria rurais, mas também podem aparecer no meio urbano, sendo surucucus e jararacas as mais presentes no Amazonas. Muitos dos acidentados são adultos jovens do sexo masculino, e o tratamento é feito com soro antiofídico, que deve ser realizado de maneira específica para neutralizar os efeitos do veneno.

O tempo decorrido entre o acidente e a soroterapia é o fator mais importante para se obter o prognóstico. Por isso, a FVS-AM orienta que quem sofreu acidente, por serpente ou por qualquer outro animal peçonhento, deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Outra recomendação é verificar possíveis sinais de envenenamento, como dor e inchaço progressivo no local da picada.

Em Manaus, os atendimentos de pacientes vítimas de acidentes por animais peçonhentos são atendidos na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT/HDV) que é referência de tratamento com soroterapia para esses tipos de acidentes. Contato telefônico da FMT/HDV: (92) 2127-3555.

Números – Os municípios que mais apresentaram notificações de acidentes por animais peçonhentos, durante o período de janeiro a outubro de 2020, Manaus (234), Itacoatiara (148), Parintins (129), Apuí (128), Maués (82) e São Gabriel da Cachoeira (82).

De janeiro a outubro de 2019, foram notificados 2.796 casos no Amazonas contra 2.371 registrados no mesmo período de 2020, o que representa uma redução de 15% na comparação dos dois períodos. De janeiro a dezembro de 2019, foram notificados 3.325 casos no Amazonas.

Prevenção – As recomendações para se prevenir de acidentes com animais peçonhentos incluem usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; e limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede.

Recomenda-se ainda vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximo das casas, jardins e quintais; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; e limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.

Referência – A FVS-AM é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, incluindo o monitoramento de indicadores de acidentes com animais peçonhentos, por meio do Departamento de Vigilância Ambiental e Controle de Doenças (DVA/FVS-AM) via Gerência de Zoonoses (GZ/DVA/FVS-AM).

A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Os números para contato são (92) 3182-8550 e 3182-8551. Os contatos específicos do DVA/FVS-AM e GZ/DVA/FVS-AM são, respectivamente, 3182-8547 e 3182-8544.