Atualmente, 193 mulheres são doadoras, número abaixo do esperado para este período do ano

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) faz um alerta para incentivar as mães à doação de leite, um gesto que faz a diferença para os recém-nascidos prematuros e bebês de baixo peso que se encontram internados nas Unidades de Terapia Intensivas Neonatais (Utins). No estado, atualmente, apenas 193 mulheres são doadoras, número abaixo do esperado para este período do ano.

A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, ressalta que na semana do Dia Mundial da Doação de Leite Humano, celebrado em 19 de maio, é importante destacar a importância e a grandiosidade dessa ação.

O Amazonas, diz ela, possui três Bancos de Leite Humano (BLHs). Todas as unidades são administradas pela SES-AM e são responsáveis pela coleta, processamento e distribuição do leite para os bebês. “O Amazonas possui uma das maiores redes de doação de leite materno da região norte. É extremamente importante a doação para atender à demanda da nossa região”, pontua a secretária Nayara Maksoud.

De acordo com a coordenação do BLH da Maternidade Ana Braga, que é o banco de leite referência do estado, em 2022, 880 mães foram doadoras, beneficiando 4.921 bebês. Em 2023, foram 707 doadoras, beneficiando 4.523 bebês. Em 2024, 1400 bebês já foram beneficiados, com 193 mulheres doadoras.

Conforme o BLH da Maternidade Ana Braga, muitas mães saudáveis e com excesso de leite não fazem doação por falta de conhecimento sobre a facilidade para realizar esse ato solidário. Segundo a coordenadora do BLHs da Maternidade Ana Braga, Elizabeth Hardman, para uma mulher se tornar uma doadora de leite humano ela precisa estar em boas condições de saúde e estar com excesso de leite.

“Primeiro, ela amamenta o seu bebê. Ao sobrar, ela faz contato com um dos bancos de leite, e aí a gente vai na casa da pessoa fazer o cadastro dela e dar as orientações devidas para a doação”, detalha a coordenadora.

Após o cadastro no BLh, a doadora recebe um pote de vidro com a tampinha plástica rosqueável e as orientações necessárias. O motorista da unidade passa uma vez na semana de casa em casa para coletar as doações. Após a coleta, o leite segue para a pasteurização, para eliminar bactérias e vírus que possam estar presentes no leite. Logo depois, o alimento é armazenado e distribuído para os bebês prematuros que se encontram na UTIs.

Foto: Divulgação SES

Doação

A acadêmica de jornalismo Anabel Pontes, de 35 anos, descobriu o Banco de Leite com o nascimento da primeira filha, em 2016, na Maternidade Azilda Marreiro. Ela se tornou doadora e hoje, oito anos depois, engravidou novamente e continua sendo uma doadora.

“Ser doadora é um ato de amor. Em vez de a gente deixar ficar vazando pela roupa ou colocar aqueles absorventes de meio ou ficar espremendo o peito para tirar o excesso, como muitas mulheres fazem, é muito melhor a gente pegar essa preciosidade, que é o leite materno, e doar, dividir com outros bebês”, diz Anabel, que já alcançou a marca de 6.590 ml de leite doado.

A fisioterapeuta Gracy Kell, de 36 anos, já doou 22 litros de leite em 2024. Ela conta que, na primeira gestão, acabou jogando leite fora, por falta de conhecimento sobre os BLHs. “Eu decidi me tornar doadora, porque eu sempre tive muito leite. Na minha primeira gestação eu jogava fora. Eu não tinha esse conhecimento de que podia ser doado, como poderia ser feito. Aí através de uma reportagem eu conheci o Banco de Leite”, relata.

Gracy ressalta que o procedimento para realizar o cadastro no BLH é simples e prático. “É muito fácil se tornar doadora. No meu caso, eu fiz tudo pelo telefone. Eu entrei em contato por telefone, elas fizeram o meu cadastro, eu encaminhei os meus exames para dizer que estava tudo certo, tudo por telefone. A gente tem a facilidade de não ter que estar levando até a unidade”, afirma a fisioterapeuta.

Como doar?

Para doar, você precisa entrar em contato com qualquer um dos três Bancos de Leite do Amazonas e obter todas as orientações: BLH da Maternidade Galileia, nos números (92) 3643-5523 e 99170-5783; BLH da Maternidade Ana Braga, no (92) 3647-4235; e o BLH Fesinha Anzoategui, na Maternidade Balbina Mestrinho, no (92) 99339-0130.