Iniciativa faz parte do programa de ressocialização Trabalhando a Liberdade

Os projetos de ressocialização estão cada vez mais se ampliando para os municípios do estado. A Unidade Prisional de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus) está promovendo o primeiro curso de capacitação profissional, “Eletricista Predial de Baixa Tensão”, para 12 internos da unidade.

A atividade é ofertada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). O curso teve início no final de novembro e tem previsão de encerramento em janeiro de 2022. No total, a capacitação tem carga horaria de 160 horas, com a entrega de certificados após a conclusão.

A iniciativa faz parte do programa de ressocialização Trabalhando a Liberdade, que capacita os internos e os estimula a trabalhar após o cumprimento de suas penas. Por meio da capacitação, os participantes estarão aptos a atuar na execução de instalação e manutenção elétrica, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde.

De acordo com o diretor da Unidade Prisional de Tabatinga, Daniel Barbosa, os cursos são essenciais no processo de ressocialização, pois os detentos estão adquirindo uma identidade profissional que vai ajudá-los a obterem conhecimento para exercerem uma profissão digna, quando retornarem para o convívio social.

“Eles estão tendo o direito de recomeçarem suas vidas, em busca de remição pelos atos ilícitos que cometeram, e nada melhor que os estudos para abrir portas e oportunidades no mercado de trabalho”, ressaltou Barbosa.

Além disso, os internos que passarem pelos cursos podem exercer o ofício nos presídios por meio do projeto de remição da pena pelo trabalho não remunerado, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP), com a utilização da mão de obra dos reeducandos para a reforma e manutenção da unidade.

Mais cursos – Para 2022, a Unidade Prisional de Tabatinga pretende ofertar mais cursos de capacitação profissional, como de pedreiro, pintor predial e informática.

Grupo participou de uma programação especial que contou com a realização de palestras, dinâmicas e doação de cestas básicas

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio do Departamento de Reintegração Social e Capacitação (Deresc) realizou, nesta segunda-feira (06/12), a primeira ação social de Natal para egressos e pré-egressos do sistema prisional do estado. O evento aconteceu no salão nobre do Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na avenida Sete de Setembro, centro da cidade.

A iniciativa foi realizada pelo Escritório Social da Seap, setor criado em dezembro de 2020, com o apoio do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para o atendimento de egressos e pré-egressos juntamente com os seus familiares, na prestação de serviços sociais e atendimentos psicológicos aos mesmos.

A programação contou com palestras, apresentação das atividades realizadas pelo projeto, dinâmicas recreativas natalinas e, durante o encerramento do evento, foram entregues 30 cestas básicas de natal.

Segundo a chefe do Deresc, Keyla Prado, a ação traz mais visibilidade para a atuação do Escritório Social, visto que ele é essencial para dar suporte às pessoas que já saíram do sistema prisional e aos seus familiares, por meio de políticas de inclusão social.

”A atividade é uma maneira de difundir o trabalho e ações realizadas pelo escritório social, que tem se empenhado em proporcionar aos egressos e pré-egressos, capacitações, cursos, regulamentação de documentos, entre outras demandas que ajudam na melhoria de suas vidas”, ressaltou Prado.

Além da doação de cestas básicas, aquelas pessoas que se destacaram nos cursos técnicos intramuros receberão, futuramente, um kit de materiais e EPIs relacionados à profissão escolhida por elas, doados pela empresa New Life. A ação faz parte do projeto “De volta para Casa” que no ano que vem também oferecerá aos participantes sessões de mentoria individual e acompanhamento profissional por até um ano após a liberdade do egresso.

“Para nós é muito importante oferecer o apoio necessário para que o indivíduo possa construir uma vida digna e ética fora das unidades. Por isso, iremos presentear os egressos com um kit de materiais e EPIs relacionados às profissões escolhidas por eles ainda dentro do processo de ressocialização, por meio dos cursos técnicos oferecidos intramuros”, declara Alexandre Calixto, gerente de ressocialização da New Life.

Objetos irão decorar as dependências das unidades prisionais

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) encerrou, nesta sexta-feira (03/12), a oficina de produção de vasos voltada a internos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). A especialização, ofertada em parceria com a empresa terceirizada RH Multi, integra o projeto Mãos Livres, cujo objetivo é colaborar com o fortalecimento do processo de ressocialização da pessoa privada de liberdade por meio da manifestação artística.

Vinte reeducandos de cada unidade prisional participaram da oficina de vasos de cimento, que iniciou simultaneamente no dia 22 de novembro. Ao todo, a capacitação de carga horária de 60 horas, teve duração de dez dias.

Hoje, a UPP e o Ipat possuem um acervo com cerca de 10 peças produzidas pela mão de obra carcerária, cada. A última etapa da oficina consiste na pintura das peças. Após os objetos passarem por esse processo, os itens serão distribuídos entre os espaços das unidades penais.

“O projeto Mãos Livres busca ajudar no processo de ressocialização da população carcerária e, consequentemente, na sua reinserção na família e na sociedade através das capacitações profissionais, em especial na área artesanal. A oficina de vasos de cimento é uma oportunidade de mostrar as ações que são realizadas dentro do sistema prisional, e os objetos ainda embelezarão as nossas dependências”, disse o diretor da UPP, Dyego Castelo Branco.

O interno Rogério (nome fictício) afirma que participar do projeto o ajudou a ter uma nova expectativa de vida após o cárcere. “Eu irei levar para a vida toda os conhecimentos que adquiri na oficina. Quando sair me dedicarei ao artesanato e assim terei uma fonte de renda para minha família. Sou muito grato pela oportunidade que a Seap junto a RH Multi está nos dando”.

Projeto Mãos Livres – Todo mês, uma nova oficina de artesanato é ofertada para o público carcerário por meio do projeto. Uma de suas principais metas é propiciar ao apenado um conjunto de trabalhos manuais de natureza terapêutica, com viés de inserção econômica. Algumas das oficinas já ministradas foram de produção de artigos natalinos, luminárias de barbantes e de PVC, cestaria em vime, trançado em fitas, entre outras.

Remição de pena – Os participantes da oficina poderão remir um dia de sua pena a cada 12 horas de estudos, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP).